segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

EXAME DA PROSTATA

Andava, mijando errado,
Com as urinas em atraso,
Era uma gota no vaso,
Três ou quatro nas lajótas,
Quando não era nas botas,
Na bombacha ou no escarfim,
Eu mesmo mijando em mim,
Que tamanha porcaria,
E o meu tico parecia,
Uma mangueira de jardim.
II
O pensamento mandava
O meu pau obedecia
Quando a bexiga enchia
Eu mijava em prestações
Indo ao banheiro em prestações
Numa ida atrás das outras
Numas mijadas marotas
Contrastando com o meu zelo
Pra beber era um camelo
E pra mijar um conta-gotas.
III
Depois de passar um bom tempo
Convivendo com este horror
Eu fui procurar um doutor
Que atendesse ao meu pedido
E me recitasse algum comprimido
Pra empurrar goelas abaixo
Tenho a certeza não acho
Que bem antes que eu prossiga
É importante que eu diga
Que não deixei de ser macho.
IV
Mas vamos voltar ao caso
Que é natural que eu reclame
Depois de um monte de exame
De urina e ecografia
E até de fotografia
Da minha arma de trepar
Obrigaram-me a desaguar
Ajoelhado num penico
E logo me enfiaram um troço no tico
Que me dói só de lembrar.
V
Ainda dei do meu sangue
Para os vampiros diplomados
Pensei que já estavam acabados
Só faltava a receita
Já tinha uma ideia feita
Com o trato e adeus Doutor
Recupero o mijador
Nem sonhava em concluir
Que alguem iria invadir
Meu buraco cagador.
VI
Fiquei bem contrariado
Apanhei um grande choque
Quando me falaram em toque
Achei bem desagradável
Um dedão campeando vaga
No lugar que agente caga
Vejam só o meu dilema
O meu pau é que dá o problema
E o meu cu é que paga.
VII
Tentei todos os argumentos
E esquivei-me o quanto pude
Mas se é para bem da saúde
Não me devem fazer mal
Expor assim o meu anal
Fazer papel de mulher
Nem tudo o que agente quer
Tá de acordo com os planos
Fui derrubando os meus abanos
E que se salve quem puder.
VIII
De cotovelos na mesa
A bunda velha empinada
No cu não passa nada
Nem piscava de apertado
Mas era um dedo bem treinado
Acustumado a mexer na bostas
Eu que nunca dei as costas
Pra desaforo de macho
Pensava de cabeça em baixo
O pior é se agente gosta.
IX
Pra mim foi um estupro
Aquilo entrou ardendo
E então eu fiquei sabendo
Como se caga pra dentro
Aquele dedo nojento
Me atolando sem piedade
E judiou-me com barbaridade
Que alivio quando saiu
Garanto pra quem não viu
Que não vou sentir saudade.
X
Enfiei a roupa ligeiro
Com vergonha e desconfiado
Vai que o Doutor abusado
Sem pena das minhas pregas
Chamasse outros colegas
Pra uma segunda opinião
Fiz uma cara de brabo
Dois mexendo no meu rabo
Aí seria diversão.
XI
Depois daquela tragédia
Que pior pra mim não tém
Não contei a ninguém
Pra evitar o falatório
Se alguém me fala em consultório
Fico logo com um pouco de medo
Não faço nenhum segredo
Dessa tristeza que eu trago
Mas cada vez que eu cago
Me lembro daquele dedo.

Autor desconhecido
dcb

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