quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A CRISE NUCLEAR IRANIANA

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ABRIL DE 2015; acordo prévio

     Após oito dias de intensas negociações, agora na cidade suíça de Lausanne, as potências mundiais e o Irã anunciaram um entendimento prévio que viabiliza uma base para um acordo futuro sobre o programa nuclear.
     Entre os pontos centrais, Teerã se compromete a reduzir a sua capacidade de enriquecimento de urânio e o número de centrífugas de 19 mil para 6 mil. Em contrapartida, as sanções ocidentais deverão ser aos poucos levantadas, depois que os inspetores independentes tiverem  verificado que o Irã adotou todos os compremissos.
     Ambos os lados prometeram elaborar um texto para o tratado final até aos fim de Junho.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

CRISE DO PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO


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FEVEREIRO DE 2013; Nova disposição para negociar

     Na Conferência de Segurança de Munique, o misnistro do Exterior do Irã, Ali Akbar Salehi, anuncia estar disposto a negociar com os EUA sob determinadas condições. O lider supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, vincula negociações nucleares directas com os Estados Unidos com condições. As desclarações são percebidas como de um tom mais conciliador do que o habitual. Depois de uma pausa, representantes do Grupo 5+1 e da liderança em Teerão continuam as discussões em Almaty, no Cazaquistão.

MARÇO DE 2013; ameaça militar

     O presidente dos EUA, Barak Obama, sublinha, durante uma visita a Israel, que os EUA podem , se necessário, impedir pela força das armas o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.

SETEMBRO DE 2013; de volta à mesa de negociações

     As negociações internacionais sobre o programa nuclear iraniano continuam  em Viena.

JANEIRO DE 2014; relaxamento de sanções

     Após o Irã suspender o enriquecimento de urânio, os EUA e a União Europeia relaxam as suas sanções. Apesar disso, a disputa em torno do programa nuclear continua. Em Novembro, as negociações são no entanto, programadas até 2015.

FEVEREIRO DE 2015; EUA e Irã negociam

     Em Genebra, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry e o seu colega iraniano, Mohammad Javad Zarif, tém reuniões bilaterais. Segundo fontes da delegação americana, houve progressos. Zarif avaliou as conversas, segundo a Agência de Notícias Fars, como, construtivas. Elas continuariam.

MARÇO DE 2015; final em aberto

     As negociações bilaterais continuam em Montreux, na Suiça. O ministro alemão do Exterior, Frank Walter Steinmeier, diz em Genebra, acreditar que o governo iraniano está a negociar de forma séria com o Ocidente.
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A CRISE DO PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO


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EM  FEVEREIRO DE  2012: Pesquisa.

     De acordo com informações de Teerã, cientistas iranianos desenvolveram a sua primeira barra de combustível nuclear.

EM FEVEREIRO DE 2012; Sanções Finançeiras.

     As contas iranianas do banco central do Irã são congeladas na União Europeia. O presidente Barak Obama ordena o bloqueio nos EUA de propriedades e bens do governo e do banco central iranianos.

EM FEVEREIRO DE 2012; Acesso negado.

     Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica, têm acesso negado pelo governo iraniano à suspeita base militar de Perchin, perto de Teerã.

EM MARÇO DE 2012; Sanções contra petróleo.

     Obama aprova as sanções mais severas até então contra o Irã. O objectivo é dificultar ao maximo as importações de petróleo iraniano em todo o mundo.

EM ABRIL DE 2012; De volta à mesa de negociações.

     Em Istambul, são realizadas conversações entre as cinco potências com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, mais a Almanha e o Irã. Porém, sem resultados concretos.

EM JULHO DE 2012; Sanções mais severas.

     Obama estabelece novas sanções contra o Irã, para afectar as exportações de petróleo do país. Em Fevereiro de 2013, o Departamento do Tesouro dos EUA endureceu as medidas.
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domingo, 7 de fevereiro de 2016

A CRISE DO PROGRAMA NUCLEAR IRANIANO


     Enriquecimento de urânio, sanções e negociações: desde 2006, Ocidente e Irã tentam chegar a um entendimento sobre a questão nuclear. Agora, um acordo prévio em pontos-chave abre caminho para um tratado final.

     As negociações nucleares com o Irã ocorrem, com várias interrupções, desde 2006. O Ocidente, Israel e alguns outros países suspeitam que os iranianos estejam a planear a produção de armas nucleares. Teerã nega e argumenta que só quer usar a energia atómica para fins pacíficos.

     Para um acordo entre o Irã e o chamado Grupo dos 5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Almanha, foi estabelecido um prazo até ao final de Março. Atualmente, ambos os lados chegaram  a um acordo prévio sobre a diminuição da quantidade de urânio que Teerã pode enriquecer para a produção de energia nuclear, além da redução em mais de dois terços de centrífugas.

EM MARÇO DE 2006: primeiro confronto;

     Teerã recusa-se a cumprir o apelo do Conselho de Segurança da ONU em suspender o enriquecimento de urânio no prazo de 30 dias:

DEZEMBRO DE 2006: penalidades;

     O Conselho de Segurança da ONU impõe as primeiras sanções conta o Irã. 

EM FEVEREIRO DE 2010: provocação;

     O Irã anuncia que o enriqueceu urânio a 20% e é capaz de enriquecer ainda a 80%. Com isso, o país poderia produzir armas nucleares.

EM JANEIRO DE 2011: silêncio;

     Em Istambul, as conversações entre Irã e as cinco potências com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha são adiadas indefinidamente.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

PROGRAMA MUCLEAR DO IRÃO


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     Segundo o governo do Irão, o seu programa pretende dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio, que aumenta a parcela de isótopos mais radioactivos, limitando esse enriquecimento às necessidades das aplicações civis no maximo de aproximadamente 20%. Entretanto, os EUA, com o apoio da União Europeia, acusam o Irão de pretender produzir urânio enriquecido a 99%, de material  basico para armas nucleares.

     Essas acusações baseiam-se no facto de que o procedimento básico é o mesmo, e o regime iraniano, que tem sido ameaçado constantemente pelas potências ocidentais desde a revolução islâmica de 1979 e também pelo facto de ter sido invadido pelo Iraque em 1981, com o apoio dos EUA e de Israel, o regime iraniano tem reagido de maneira belicosa e de desconfiança em relação ao Ocidente.

     Pelo ângulo iraniano a questão é de equilibrio, uma vez que Israel, o seu maior inimigo local, Paquistão e India são potências nucleares. Pelo lado dos interesses euro-americanos, trata-se de impedir  um regime adversário de tornar-se mais um membro indesejado do Clube Nuclear.

     A oposição da Rússia e da China, além de outros, tem impedido que o País seja levado ao Conselho de Segurança de ONU, para aplicação de sanções. Entretanto, como as potencias ocidentais e o Irã não dão sinais de um acordo, e nem  americanos e europeus parecem pretender ceder, é provável que aquelas potências acabem por concordar com algum tipo de sanção ao Irã.

     Em 17 de Maio de 2010, em Teerão, foi anunciado o acordo articulado pelo Presidente Luiz Inácio Luda da Silva do Brasil entre Brasil, Irão e Turquia, neste acordo, o Irã enviaria urânio para ser enriquecido na Turquia. O acordo prevê que o Irão enviará 1,2 toneladas de urânio com baixo grau de enriquecimento, 3,5%, para a Turquia. em troca de 120Kg de combustivel enriquecido a 20%. A troca deverá ter o acompanhamento da AIEA, Agencia Internacional de Energia Atómica, órgão da ONU.  

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

RENOVAÇÃO DO PARLAMENTO IRANIANO


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     Em Março e Abril de 1996,  é renovado o Parlamento iraniano. A sociedade do Clero Combativo (SCC), de direita, perdeu a maioria absoluta. Cresceu a representação dos Servidores da Construção do Irã (SCI), mais liberal e apoiada pelo presidente Rafsanjani. Em Julho, no entanto, o lider da SCC, Ali Akbar Nateq Nouri,  foi reeleito presidente do Parlamento, derrotado o candidadto do SCI.

     Na eleição presidencial de 23 de Maio de 1997, pela primeira vez desde a revolução de 1979, os eleitores puderam escolher entre um candidato de linha dura e um moderado. Venceu o moderado Sayed Mohmmad Khatami, derrotado Ali Nateq Nouri, o candidato do clero.

     Khatami, de 54 anos, elegeu-se com o apoio das mulheres, dos intelectuais e dos jovens atraídos por promessas de abrandar os rigorosos códigos sociais vigentes no país. Ele assumiu o cargo em Agosto, substituindo Rafsanjani.

     Khatami foi reeleito em 2001, mas os seus esforços em prol de reformas governamentais sempre tiveram o entrave do Conselgo Religioso, o que ocasionou um processo de rejeição ao seu governo. 
     Nas últimas eleições para a presidência do País, foi eleito Mahmoud Ahmadinejad, ex-perfeito de Teerã e ultraconservador, até então desconhecido. Ahmadinejad tomou posse em Agosto de 2005, tendo a sua eleição grande respeito dos líderes religiosos.

PROGRAMA NUCLEAR DO IRÃO

     O programa nuclear iraniano, que tem alegadamente fins pacíficos, é colocado sob suspeita de ter como finalidade oculta a produção de armas nucleares, pois segundo especialistas ocidentais e iranianos, esse armamento é o único mecanismo de dissuasão militar que impediria  um possível ataque israelita ou dos EUA ao Irão.
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

FIM DA ERA KHOMRINI


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     Com a morte de Khomeini, a 3 de Junho de 1989, houve favorecimento dos pragmáticos. Um lider religioso moderado. Ali Hashemi Rafsanjani, foi eleito presidente. Entrou em choque com Ali Khamenei, aiatolá radical escolhido por  Khomeini para sucedê-lo. Apoiado por uma Assembléia de Sábios, Khamenei mostrou força ao renovar, em 1990, a sentença de morte contra Rushdie, Rafsanjani, de sua parte, fecha contratos para investimentos alemães, franceses e ingleses. Rafsanjani foi reeleito presidente em 13 de Junho de 1993, com 63% dos votos, e prometeu manter a abertura para o exterior, principalmente na área económica.

ACUSAÇÃO AMERICANA DE TERRORISMO:

     Em 1995 houve um agravamento da crise económica e do confronto com os EUA, motivado pela possibilidade de o Irã fabricar uma bomba nuclear usando tecnologia russa. Em Março do mesmo ano, os americanos suspenderam um contrato petrolífero firmado com o Irã pela empresa Conoco e imposeram um severo embargo comercial ao País, depois de acusar o governo de Rafsanjani de apoiar o terrorismo internacional e de insistir na tentativa de desenvolver armas nucleares.

     Os iranianos desafiaram o embargo, mas a sua económia sofreu efeitos cada vez mais pesados. Explodiram violentos protestos contra a alta dos preços nos arredores de Teerão, duramente reprimidos pela Guarda Revolucionária.
     Um novo episódio, em Julho de 1996, o Congresso Norte-Americano aprovou uma lei de sanções a empresas que investissem mais de 40 milhões de dólares anuais no Irã ou na Líbia, países acusados de terrorismo.

ACUSAÇÃO ALEMÃ AO TERRORISMO IRANIANO:

     Em Abril de 1997, a Suprema Corte de Berlim responsabiliza a cúpula de dirigentes  do Irã pelo assassinato de quatro oposicionistas curdos iranianos na cidade em 1992. Foi a primeira vez que um tribunal ocidental acusou o governo iraniano de envolvimento directo no terrorismo internacional.
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

GUERRA - IRÃ - IRAQUE


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     Em 1980, o País entrou em guerra  com o Iraque, cujo governo havia ocupado umas áreas em litígio nas margens do Chatt El-Arab.
     O conflito causou grande destruição em ambos os países que terminou apenas em 1988. Mas as fronteiras que foram o objecto da disputa, permaneceram inalteradas. Estima-se que morreram cerca de 400 mil iranianos e 300 mil iraquianos.

A  INSTABILIDADE  POLÍTICA:

     A revolução Islâmica logo degenerou numa luta pelo poder em que se confrontaram  os aiatolás, partidários da instalação de um regime teocrático, e as forças civis, defensoras da separação entre o Estado e a Mesquita.

     Em Julho de 1981 ocorreram combates entre  a Guarda Revolucionária, e a milicia ligada aos aiatolás, e os Combatentes do Povo, mujahedin de esquerda. O presidente Bani-Sadr, que se havia aliado aos mujahedin, foi destituído pelo Parlamento e exilou-se na França. Os mujahedin tentaram  uma insurreição e foram esmagados num conflito em que morreram cerca de 13 mil pessoas.

     Os rebeldes reagiram com uma campanha terrorista na qual foram assassinadas altas autoridades. Em 1983, a repressão atingiu o Partido Comunista Tudeh, com o qual o regime de Khomeini convivia pacificamente. Os principais dirigentes comunistas foram presos e o partido foi declarado ilegal.

A INSTABILIDADE ECONÓMICA:

     Os problemas económicos, agravados pela queda do preço do petróleo, trouxeram à tona as divergências entre os aiatolás. A ala mais moderada os chamados  pragmáticos, pregavam o abandono da política isolacionista e a aproximação ao Ocidente, visando obter recursos para desenvolver o País. A corrente radical opunha-se às influências externas. O predomínio dos radicais expressou-se na sentença de morte decretada pelo aiatolá Khomeini, em 20 de Fevereiro de 1989, contra o escritor anglo-indiano Salman Rushdie, cujo livro, Versos Satânicos, foi considerado ofensivo ao Islã.
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