terça-feira, 30 de dezembro de 2014

HOMO NEANDERTHALENSIS


     Para aprender um pouco mais sobre o homo neanderthalensis, só mesmo com muitas pesquisa, escavações e estudos porque não há muitos fósseis à disposição.
     Alguns pesquisadores consideram que o homo neanderthalensis é uma subespécie do homo sapiens, portanto ele seria homo sapiens neanderthalensis.
     Outros afirmam que de acordo com o ADN mitocondrial,  o homem de neandertal não pertence à linhagem  humana. De qualquer maneira, é aceite pela ciência que tanto o homo sapiens  como o neanderthalensis evoluíram de um ancestral comum.

ONDE  VIVIAM

     De acordo com os fósseis encontrados, eles viviam na Europa e em parte da Ásia, estavam adaptados ao clima frio.
     O nome de neandertal vem do Vale do Neander onde foram encontrados fósseis e o termo homem de neandertal foi criado pelo anatomista islandês William King.
      Na verdade, houve uma descoberta anterior de fósseis, feita numa pedreira em Gibraltar, mas não deixou o nome para a posteridade.
      Fósseis desses hominídeos aparecem em maior quantidade na França, Itália e Bélgica mas, aparecem desde a costa atlântica de Portugal a oeste, até a Rússia leste, há inclusive vestígios até o Médio Oriente.

     Pesquisadores do Instituto Max-Planck de Leipzig (Alemanha) fizeram pesquisas de dados genéticos de neandertais usando fósseis  da caverna de Vibndija na Croácia, Sidrón nas Asturias, Espanha e de Mezmaiskaya na Rússia. Também usaram um esqueleto de mais de 40 mil anos encontrado no Vale de Neander.

APARÊNCIA

     Mas no campo das suposições, não existem tantos vestígios a serem estudados, até mesmo pelo tempo decorrido e pela falta de escrita embora as pinturas e certas obras em pedra  sejam extremamente curiosas.
     Os primeiros vestígios encontrados, foram confundidos com restos de ursos, nos estudos passados os cientistas viam uma criatura muito distante dos homens  como conhecemos.

     Hoje a visão é outra, de facto ele era diferente, mas tinha características que nos fazem presumir ser inteligente, vivendo em sociedade, construindo abrigos e, inclusive possuindo capacidade de falar.
     A sua altura variava entre 1,50 e 1,70, eles eram fortes, musculosos e compactos. Caminhavam como nós, eram bípedes e tinham bastante habilidade manual.
     A cabeça dos neandertais era diferente, por causa do nariz largo e comprido, sobrancelhas espessas e salientes. O crâneo era volumoso e não possuíam queixo talvez porque os dentes ficassem muito à frente.

     As pesquisas actuais do Instituto Smithsoniam estudando os dentes fossilizados de neandertais,  chegaram à conclusão de que eles comiam legumes , raízes e tubérculos.
     É provável que eles também tivessem uma liguagem ainda que rudimentar. Em 1983 na gruta de Kebara em Israel, foi encontrado, num fóssil de neandertal de 60 mil anos, um osso hióide intacto. Isso prova que podiam falar assim como nós, pois esse osso fica atrás da língua e nele ficam suspensas as cordas vocais. Não há nada que diferencie o osso hióide desse Neandertal do nosso.

VIDA   DIFÍCIL

     Era complicada a vida para esses hominídeos. A esperança de vida era curta e embora fossem muito mais inteligentes e capazes do que antes se presumia, o ambiente era extremamente hostil.
     Pelo que se sabe eles viviam em pequenos grupos organizados. Alguns cuidavam da caça, outros das crianças e dos doentes, etc. É possível que tenham praticado o canibalismo, mas também  enterravam os seus mortos, em sepulturas preparadas e com oferendas.
     Artisticamente, existem muitas provas da habilidade dos Neandertais , Faziam armas de quartzo ou sílex, construíam abrigos e com certeza faziam desenhos artísticos. Os últimos achados na caverna de El Castillo, no Norte de Espanha, mostram as marcas das mãos do artista, que viveu há mais de 40 mil anos. Assim cada vez se descobrem novos legados dos homens  que viveram e deixaram seus rastros na Terra. São considerados sítios neolíticos Çatal  Huyuk na Turquia, Gobleki Tepe na Turquia e Stonehenge na Inglaterra.

COMO  DESAPARECERAM 

      É difícil dizer, há muitas teorias e nada ainda comprovado. Imagina-se que numa determinada altura os neandertais e os homens modernos coexistiram. Assim, as teorias são:

- os neandertais se isolaram procriando entre si, o que levou ao enfraquecimento e consequente extinção da espécie.

- um surto de doenças, devido às baixas temperaturas que os dizimaram.

Pesquisas atuais defendem que elesnão foram extintos simplesmente, mas que conviveram com os homens modernos e tiveram descendentes.

Comparando o genoma dos neandertais  com o do homem actual, os estudiosos descobriram que, parte da genética dos homens de neandertal permanece no homo sapiens.

Um dos pesquisadores do Instituto Max-Planck de Leipzig (Alemanha), Gerd Schmitz afirma que-é certo que tiveram filhos com os neandertais.

 Se é esse o caso, temos até hoje os genes dos neandertais que se perpectuaram através dos tempos.     
   

DESEJO A  TODOS  OS MEMBROS DESTE BLOGO  UM ANO NOVO CHEIO DAS MELHORES FELICIDADES E DE TUDO DE BOM QUE EXISTE NO MUNDO ESPECIALMENTE A SAÚDE,  UM GRANDE BEM AJAM. 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O HOMO ERECTOS


     No período Plioceno (5,5 milhões a 1,6 milhões), no fim da Era Terciária, surgem os Hominídeos. Muita história evolutiva se passou até que há cerca de 1,8 milhões de anos, na África, surgiram os primeiros seres da espécie Homo erectus.

     Esses indivíduos eram sem dúvida diferentes, foram moldados ao longo da constante evolução e conviveram com diversas espécies diferentes também. O Homo erectus era mais forte e pesava cerca de 55 a 85 Kg, medindo cerca de 1,50 a 1,70 m. de altura. A maior diferença está na capacidade endocraniana, de 800 a 1000 cc.

DOMINANDO

     O Homo erectus foi a espécie que predominou os hominídeos. Eram grandes caçadores e aprenderam a usar o fogo, isso já os coloca à frente de outras espécies e os possibilitava a que vivessem em grupos e mantivessem uma estrutura social.

     No início da Era Quaternária, a Terra já se parecia com a disposição geográfica que conhecemos hoje. Com as glaciações várias espécies de mamíferos foram extintas, inclusive os hominídeos.
     Quem domina então o cenário é o Homo erectus, que se espalha pela Ásia, Europa e Extremo Oriente. É possível que aqueles que migraram para a Europa tenham-se adaptado ao frio ao longo dos milénios e deram origem ao Homo neandertalensis.
     Aqueles que permaneceram na África precisaram  passar por diversas Eras Glaciais, as mutações necessárias para enfrentá-las deram origem ao Homo sapiens.

SOCIEDADE

     Partindo das pesquisas em Olduvai, no Vale do Grande Rift, em África, local chamado de berço da humanidade, foram  descobertos locais que parecem acampamentos. Isso indica que os Homens que viveram ali já viviam em grupos e eram sociáveis.

     De forma lenta e gradual, eles aprenderam a partilhar a comida e dividir as tarefas. Já faziam as suas ferramentas e armas para caçar. Os homens caçavam e as mulheres cuidavam da dieta de vegetais.
      A descoberta do fogo constituiu um substancial avanço: passou a ser possível  cozinhar alimentos , iluminar as cavernas, endurecer as pontas das lanças de madeira e manter os animais afastados.

MIGRAÇÃO

     A partir do momento em que domina o fogo e as armas para caçar, o Homo erectus  já se  sente apto a desbravar novas terras.
     Foram encontrados vestígios do Homo erectus nas montanhas da Etiópia, na Síria em Israel e na Europa. Não só fósseis de homens e animais mas, indícios da utilização de pigmentos de cor,  como o ocre vermelho, que indica, talvez, que os caçadores usavam para se pintar, ou pintavam as pedras.
     Está evidente que o Homo erectus foi uma espécie muito bem sucedida e que conseguiu espalhar-se e sobreviver em eras que demandavam muita habilidade e resistência.
      

domingo, 28 de dezembro de 2014

O HUMANO DA ANTIGUIDADE


     O desejo de conhecer as origens do ser humano provavelmente já passou, ou irá passar pela cabeça de cada pessoa.

     A busca por esse conhecimento pode começar numa aula de história , ou até por uma discussão filosófica, ou mesmo por uma pesquisa académica.

     No entanto, é bom lembrar que em qualquer investigação séria de tais origens sempre será preciso lidar com eventos ou registros de informações que datam de muito tempo atrás. Tendo isso em mente, é fácil entender porque há tantas teorias diferentes quando se fala das origens do universo, ou no presente contexto, do próprio ser humano, as informações se tornam cada vez mais escassas, ou imprecisas conforme remetem a factos mais distantes da era actual.

     Quem nunca ouviu dizer, ou leu algum texto dizendo que o homem é descendente de espécies de hominídeos? Ou ainda, que fomos criados à imagem e semelhança de Deus?
     Na falta de informações a respeito do passado, muito simplesmente acreditam em uma ou outra teoria, por razões tão diversas quanto se possa imaginar.

     A variedade de teorias, frequentemente contraditórias (e que por vezes colocam a Ciência como inimiga da Religião),  pode gerar discussões enriquecedoras, tanto quanto desentendimentos sérios. Por isso, é sempre preciso muito cuidado (leia-se tato) ao falar, escrever, e até mesmo ao reflectir sobre tais assuntos.

     Essas primeiras considerações reforçam, no contexto deste capítulo, que o texto descrito, sobre diversos pontos de vista existentes sobre o assunto, citando tantas referências quantas forem necessárias, deixando claro que determinadas passagens são apresentadas com o único interesse de tornar mais completo o material aqui apresentado, sem torná-lo unilateral, nem favorecer uma teoria em relação às demais.

          VISÃO GERAL DA EVOLUÇÃO DOS SERES HUMANOS

Vamos  basear a visão científica da evolução humana. 
     A descoberta de fósseis  é a ferramenta que possibilita o estudo da evolução do Homem, o problema é a dificuldade de encontrar fósseis humanos.

     Diversos factores contribuíram para essa escassez, os Homens existiram em pequeno número, reproduziam-se lentamente, não viviam em locais propícios como moluscos e ostras. Muitas vezes, os Homens viviam e morriam a céu aberto, o que tornava fácil que seus ossos fossem arrastados ou levados por animais.

     Cito um local chamado, hoje, berço da humanidade, que fica na África do Sul e em 2011 ali foram encontrados os fósseis das mais antigas espécies do Australopitecos sediba.
     Enfim, estão sempre surgindo novidades relacionadas à pesquisa da evolução dos seres humanos, o que permite sempre surpresas e discussões.

     Há milhões de anos, a África era coberta por florestas densas e ali, um ser, meio homem, meio macaco, se desenvolveu. Com a modificação do relevo e do clima. mudou também a vegetação e assim, sobreviveram os mais aptos e de modo diferente se desenvolveram.

     Durante milhões de anos foram acumulando modificações. Acredita-se que a partir de um determinado ser que viveu entre 5 e 7 milhões de anos, surgiu a família humana. Entre esses seres e o ser humano actual, existiram as mais diversas espécies. Através dos fragmentos de fósseis encontrados, os estudiosos definiram que o volume do cérebro humano quase triplicou, e a estatura também aumentou.

     Assim, ao longo de milhões de anos o ramo de onde se originam os macacos antropóides se tornou totalmente diferente da nova linhagem que se desenvolveu até atingir o nível humano.
     Aqui se mostra uma apresentação simplificada da ordem dos Primatas;
- 1 - Subordem dos Prosímios (lêmures, indris, gálagos e társios).
- 2 - Subordem dos Símios ou Antropóides
- 3 - Grupo dos Platirrinos (macacos com cauda do novo mundo, como os macacos-aranha, macacos prego, bugios, sagúis e micos).
- 3/1 - Grupo dos Catarrinos
- 3/1-1- Superfamília dos Cercopitecóides (macacos com cauda do velho mundo, como os babuínos, mandris e macacos colobos, langures e cercopitecos).
- 3/1-2- Superfamília dos Hominóides (macacos sem cauda)
- 3/1-3- Família dos Hilobatídeos (gibões).
- 3/1-4- Família dos Pongídeos (orangotangos).
- 3/1-5- Família dos Panídeos (gorilas e chimpanzés).
- 3/1-6- Família dos Hominídeos (homens).
     Cabe acrescentar que a vulgar denominação de macaco o símio é utilizada para os macacos com rabo. Para os macacos sem rabo, como os orangotangos, chimpanzés e gorilas, utiliza-se a denominação antropóide.    

sábado, 27 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DO ESTUDO


     O primeiro australopitecine descoberto  e decomentado era um fóssil de uma criança de três anos Australopitecos adricano, descoberto numa pedreira de cal por trabalhadores em Taung na África do Sul. O espécime foi estudada pelo anatomista australiano  Raymond Dart, que trabalhava então na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, que publicou as suas decobertas na Revista Nature em Fevereiro de 1925. Dart percebeu que o fóssil continha uma série de características humanas e assim veio a conclusão de que este era um ancestral dos seres humanos.

     Dez anos mais tarde, ele e o paleontólogo escocês Robert Broom definir sobre a procura de mais espécies de hominídios adiantados,  em vários sítios eles encontraram  mais A. africanos permanece também além dos fósseis, uma vassoura de espécies chamado Parantropus (que passaria a ser reconhecido como Parantropus robustus). Inicialmente, os antropólogos foram amplamente hostis à ideia de que essas descobertas foram tudo menos macacos, embora isso tivesse mudado durante os últimos anos da década de 1940.

     O primeiro autralopitecine descoberto na África oriental era um crânio pertencente a um Australopitecos boisei que foi escavado em 1959 no Olduvai Gorge na Tanzânia por Mary Leakey. Desde então, a família Leakey continuaram a escavar o barranco, descobrindo mais evidências para australopitecos, bem como para o Homo habilis e Homo erectus. Foram necessários 20 anos para que a comunidade científica a aceitar amplamente o Australopitecos como um membro da família  árvore.

     Então, em 1997, um esqueleto quase completo Australopitecos com o crânio foi encontrado nas cavernas de Sterkfontein de Gauteng, na África do Sul. Ele agora é chamado  "Litle Foot" e à, provavelmente cerca de 3 milhões de anos. Pertence ao Australopitecos prometheus. Também os mesmos cientistas numas cavernas descobriram recentemente um novo autralopitecine na África do Sul. Os fósseis de Australopitecos sediba, que viveu 1900 mil anos atrás, foram encontrados em Malapa uma caverna  na África do Sul. Pensa-se que o Australopitecos africano provavelmente deu origem ao Australopitecos sediba, que alguns cientistas acham que possivelmente evoluiu para o Homo esctus. 

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

PAPEL EVOLUTIVO


     O registo fóssil parece indicar que o Australopitecos é o ancestral comum do grupo de hominídeos, agora chamado Paranthropus (os australopiths robustas),  e muito provavelmente do género Homo, que inclui os humanos modernos. Embora a inteligência desses primeiros hominídeos era provável não mais sofisticado do que macacos modernos, a estatura bípede é a evidência chave que distingue o grupo de primatas anteriores, que eram quadrúpedes. A morfologia do Australopitecos perturba o que os cientistas acreditavam anteriormente, ou seja, que os grandes cérebros precediam do bipedalismo.

     Se A. afarensis era o hominídeo definitivo que deixaram as pegadas na laetoli, que reforça a noção de que A. afarensis tinha  um cérebro pequeno, mas era um bípede. A evidência fóssil como este deixa claro que o bipedalismo de grandes cérebros longe predadas. No entanto, continua a ser uma questão controversa com o bipedalismo surgiu pela primeira vez (vários conceitos que ainda  estãosendo estudados). 

     As vantagens do bipedismo deixou as mãos livres para agarrar objectos (por exemplo, levar comida a jovens), e permitiu que os olhos para olhar sobre ervas altas para possíveis fontes de alimento ou predadores. No entanto, muitos antropólogos afirmam que essas vantagens não eram grandes o suficiente para causar  o surgimento do bipedalismo.

     Um estudo recente da evolução dos primatas e morfologia observou que todos os macacos, modernos e fósseis mostram adaptações ósseas para a postura ereta do tronco, e que os fósseis como Orrorin Tugenensis indicam bipedalismo em torno de seis milhões de anos atrás, na época da divisão entre seres humanos e chimpanzés indicados por estudos genéticos. Isto sugeriu que erecta andar em linha reta-leged originou-se como uma adaptação a árvore-moradia.

     Estudos modernos de orangotangos em Sumatra mostrou  que esses macacos usam quatro pernas ao andar em grandes ramos estáveis, Wing ramos debaixo ligeiramente menores, mas são bípedes e manter as suas pernas  muito directo ao andar em vários pequenos ramos fexíveis com menos de 4 cm de diâmetro, ao mesmo tempo, usando os braços para o equilíbrio e apoio adicionais. Isto lhes permite chegar mais perto da borda da copa das árvores para obter frutas ou atravessar para outra árvore.

     Sugere-se que os ancestrais de gorilas e chimpanzés se tornou mais especializada em escalar troncos de carbono estável. Em 2005, fósseis de ossos de animais de açougue namoro 2600 mil anos de idade, foram encontrados no local de Gona, na Etiópia. Há evidências de fósseis do consumo  de carne por pelo menos três espécies de hominídeos que ocorrem em cerca de 2,6-2,5 mil anos, Australopitecos africanos, Australopitecos garhi e Paranthropus aethiopicus. Em 2010, fósseis de ossos de animais abatidos datado de 3400 mil anos de idade foram encontrados na Etiópia, perto de regiões onde Australopitecos fósseis foram encontrados. 

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

DIETA


     Num estudo preliminar micrower em 1979, de Australopithecos a dentes fósseis, o antropólogo Alan Walker teorizou que australopiths robustos foram em grande parte frugívora. Australopithecos principalmente comiam frutas, legumes e tubérculos. Muita da investigação tem incidido sobre a comparação entre as espécies Sul-Africano, Australopithecos africanos e Paranthropus robustus.

     A analise precoce de microwear dental nestas duas espécies mostraram  que, comparado com o Paranthropus robustus, Australopithecos africanos tinham menos recursos microwear tem mais arranhões em oposição a cavidades em suas facetas de desgaste molar.

     Estas observações foram interpretadas como prova de que o Paranthropus robustus pode ter se alimentava de alimentos duros e quebradiços como algumas nozes e sementes. Mais recentemente novas análises  com base em representação tridimensionais de facetas de desgaste confirmaram o trabalho anterior, mas tem também sugeriu que o Paranthropus robustus comeram alimentos duros, principalmente com um recurso falback enquanto Australopithecos africanus comeu mecanicamente mais resistente alimentos.

     Em 1992, traçaram estudos do elemento electrónico, rácios de cálcio de fósseis autralopitecos robustos sugeriu a possibilidade de o consumo animal, como fizeram em 1994 por meio de análise isotópica.      

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

VARIAÇÕES DAS ESPÉCIES


     As opiniões divergem sobre se a espécie aethiopicos boisei e robustus devem ser incluídos dentro do género Australopithecos e não há consenso actual sobre se eles devem ser colocados em um género distinto, Paranthropus, que é  sugerido por ter desenvolvido a partir do ancestral Australopithecos line. Até a metade da década passada, a maioria da comunidade científica incluídas todas as espécies que aparecem na caixa na parte superior deste artigo em um único género.

     O género postulado Paranthropos era morfologicamente distinta da Australopithecos e a sua morfologia especializada implica que o seu comportamento pode ter sido bastante diferente do dos seus antepassados, embora tenha sido sugerido que as características distintivas da Aethiopicos, "bolsei, e robustos podem ter evoluído independentemente, verticais, usando um quadril flexionados e postura joelho dobrado que coincide com a postura da juntawalking que utilizam para viajar no solo.

     Isto foi devido a mudanças climáticas ao redor 11-12000000 anos atrás que afectaram florestas em África Ocidental e Central, de modo que houve períodos em aberturas que impediu viajar através da copa  das árvores, e nestes momentos hominídeos ancestrais poderiam ter adaptado o comportamento erecto para terreno andando viagens. Os seres humanos estão intimamente relacionadas a esses macacos, e compartilham características, incluindo  ossos do pulso aparentemente reforçado para junta-walking.

     No entanto, a visão de que os ancestrais humanos eram junta-caminhantes está agora questionada desde a anatomia e biomecânica da junta-walking em chimpanzés e gorilas são diferentes sugerindo essa capacidade evoluiu de forma independente após o último ancestral comum com a linhagem humana. Além disso análise comparativa com outros primatas sugere essas adaptações osso do pulso apoiar uma base de palmeira curta.

     Mudanças radicais na morfologia ocorreu antes australopiths grácil evoluiu; a estrura e pés pelve são muito semelhantes aos humanos modernos. Os dentes tê caninos pequenos, mas australopiths geralmente evoluído uma dentição pós-canino maior  com esmalte mais grosso.

     A maioria das espécies de Australopithecos não eram mais hábeis em usar a ferramenta de primatas não-humanos modernos, ainda símios africanos modernos, chimpanzés e mais recentemente os gorilas, ter sido conhecida  a usar ferramentas simples (e quebrar nozes abertos com pedras e utilizando varas longas para escavar cupins de montículo em pastagem),  e os chimpanzés têm sido observados usando lanças (não afiada) para caça.
     No entanto, alguns têm argumentado que A. garhi utilizando ferramentas de pedra, devido a uma associação fraca desta espécie e restos de animais abatidos.     

domingo, 21 de dezembro de 2014

MORFOLOGIA


     Os cérebros da maioria das espécies de Australopithecos foram aproximadamente 35% do tamanho do que a de um cérebro humano moderno. A maioria das espécies de Australopithecos foram  diminuindo geralmente graças em pé de 1,2 a 1,4 m (3 pés em 11 a 4 ft 7 in) de altura. Em diversas variações de Australopithecos, há  um considerável grau de dimorfismo sexual, neste caso, os homens que são maiores que as fémeas.

     De acordo com  A. Zihlman, Australopithecos proporções do corpo se assemelham aos dos bonobos (Pan Paniscus), que leva os biólogos evolucionistas como Jeremy Griffithsugerir que bonobos podem ser  fenotipicamente semelhante ao Australopithecos.

     Hominideos modernos não parecem exibir dimorfismo sexual com a mesma intensidade - em especial, os humanos modernos exibir um baixo grau de dimorfismo sexual , sendo os machos apenas 15% maiores que as fémeas, em média. Em Australopithecos, no entanto, os machos podem ser até 50% maiores do que as femeas. Uma nova pesquisa sugere que o dimorfismo sexual pode ser menos pronunciado do que isso, mas ainda há debate sobre o assunto.

sábado, 20 de dezembro de 2014

EVOLUÇÃO


     O Australopiths grácil compartilha  vários traços com macacos e humanos modernos e foram muito difundidas em todo o Oriente e África do Norte, cerca de 3,5 milhões de anos atrás.  No entanto , Os primeiros indícios de hominideos bípedes fundamentalmente pode ser observado no local de Laetoli na Tanzânea. Este siteo contém as pegadas de hominídeos que são muito semelhantes aos dos seres humanos modernos e foram datados de tão antiga quanto 3600 mil anos.
     As pegadas foram geralmente classificados como australopiteco, porque essa é a única forma de pré-humano conhecido por ter existido naquela região e naquele momento.

     Australopithecus anamensis, Australopithecus africanos estão entre os mais famosos dos hominídeos extintos. Australopithecos Africanos antes eram considerados como ancestral do género Homo (em particular o Homo erectus). No entanto, os fósseis  atribuídos ao género Homo que foram encontrados são mais velhos do que   os Australopithecos Africanos . assim, o género Homo, que se separou do género Australopithecos em data anterios (o último ancestral comum sendo Australopithecos Afarensis ou uma forma ainda mais cedo, possivelmente Kenyanthropus platyops),  ou ambos desenvolvidos a partir de um ancestral comum ainda desconhecido, possivelmente de forma independente.

     De acordo com o Projecto Genoma Chimpansee, tanto humanos (Ardipithecus, Australopithecos e homo) e chimpanzé (Pantroglodytes e Pan paniscus) linhagens divergiram de um ancestral comum cerca de cinco a seis milhões de anos, se assumirmos uma taxa constante de evolução. É teoricamente mais provável para a evolução acontecer mais lentamente, em oposição a mais rapidamente, a partir da data sugerido por um relógio de genes (o resultado de que se apresenta como um ancestral comum mais novo, isto é, a última data possível de divergência). No entanto, hominídeos descobertos mais recentemente são um pouco mais  velhos do que o relógio molecular que teoriza.

     Sahelanthropus tchadensis, comumente chamado de "Tumai" é de cerca de sete milhões de anos  e Orrorin Tugenensis viveu pelo menos seis milhões de anos atrás. Como pouco se sabe deles, eles permanecem controversos entre os cientistas desde que o relógio molecular em humanos determinou que humanos e chimpanzés tinham uma divisão genética, pelo menos, um milhão de anos mais tarde. Uma teoria sugere que as linhagens de humanos e chimpanzés divergiram um pouco no início, em seguida, algumas populações se cruzaram cerca de um milhão de anos após  as divergencias.   

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

HOMO USTRALOPITHECUS

     Do Latino-Australis do Sul (macaco) é um extintogênero de hominídeo. A partir das evidências reunidas pelos paleontólogos e arqueólogos, parece que o Australopithecus género, evoluíu na África oriental em torno de quatro milhões de anos antes de se espalhar por todo o Continente e eventualmente, tornar-se extinto dois milhões de anos. Durante este período de tempo um número de australopitecos espécies surgiram, incluindo o Australopithecus Academics, ainda debatem se algumas espécies de hominídeos africanos, desta vez, como Australopithecus robustus e o Australopithecus Boisei, constituem membros do mesmo género. Se assim for, eles seriam considerados australopiths robustos, enquanto os outros seria australopiths grácil. No entanto, se estas espécies fazem constituir seus próprios géneros, podem ter dado o seu próprio nome, Paranthropus.

     Os arqueólogos e paleontólogos amplamente sustentam que os australopitecos desempenharam  um papel importante na evolução humana, sendo o primeiro dos hominídeos para mostrar presença de um gene que provoca aumento do comprimento e capacidade dos neurónios no cérebro, o duplicado SRGAP2 gene. 

     Uma das espécies australopitecos eventualmente evoluiu para o Homogénero em África em torno de dois milhões de anos atrás, que nela continha espécies como Homo Habilis, Homo Ergaster, e eventualmente a espécie humana. H. Homo Sapens.   

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

HOMO HABILIS


     Uma espécie de hominídeo que viveu no princípio do Pleistoceno inferior (2,33 milhões a780 mil anos atrás). Os primeiros fósseis de Hominídeos habilis foram descobertos  em 1964 por Louís Leakey e seus colegas, no desfiladeiro de Olduval, na Tanzânia, que faz parte do Grande Vale do Rift, na África oriental.

     Esta espécie é, das pertencentes ao género Homo, a que menos se parece com o Homo Sapiens, com braços proporcionalmente muito longos, cavidade craniana menor e morfologia geral similar aos Australopithecus. O Homo habilis recebe este nome pois acreditava-se ser o primeiro a utilizar ferramentas de pedra lascada, o que lhe valeu o nome específico : habilis, o habilidoso.

     Entretanto, alguns fosseis de Australopithecus garhi, que datam de aproximadamente 2,6 milhões atrás, foram encontrados ao lado de ferramentas de pedra que seriam entre 100,000 e 200,000 anos mais antigas que os Homo Habilis . O Homo Habilis normalmente faziam suas ferramentas de ossos, madeira e principalmente de pedra lascada.

     Actualmente a maioria dos cientistas considera que o Homo Habilis é um dos ancestrais directos do homem moderno, mas esta opinião não é consensual. A própria classificação desta espécie, bem como do Homo Rudolfensis no género Homo tem sido muito discutida até aos dias actuais.

     Há evidências de que o Homo Habilis era um predador mas também presa, nomeadamente do Dinofelis, um felino da sub-família extinta Machairodontinae. Homo Habilis. Época Pleistoceno, local onde viveu; África e pesava cerca de 30 a 40 quilos e media carca de 1,3 metros de altura. 

domingo, 14 de dezembro de 2014

PALEOLÍTICO SUPERIOR - CONTINUAÇÃO


      EVENTOS

     Período Mesolítico - os seres humanos fazem uso da pedra lascada.

- 15300 a. Cristo - Presença humana na Lapa Vermelha, Lagoa Santa, MG.

- 11000 a. Cristo - Cerâmica em Monte Alegre (Pará), PA

- Pontas de lança encontradas na caverna de Forte Rock, Oregon,, EUA.

- Período em que se inicia  a era da Pedra Polida, ou período neolítico, compreendido aproximadamente entre  12000 a. C. e 4000 a. C.

      CULTURAS

O Paleolítico Superior na região franco- cantábroica:

- A cultura Chatelperroniana foi localizado ao redor do centro e sudoeste de França e norte de Espanha. Ele parece ser derivado a partir da cultura anterior mousteriana, e representa o período de sobreposição entre neandertais e Homo sapiens. Essa cultura durou de cerca de 33.000 a. C. a 27.000 a. C. .

- A cultura aurignaciana foi localizada na Europa e sudoeste da Ásia, e floresceu entre 32.000 a. C. e 21.000 a. C. Pode ter sido contemporânea  com Perigordiana (um argumento contestado das culturas anteriores e mais tarde Chatelperroniana-Gravetiana).

- A cultura Gravetiana foi localizada em toda a Europa. Os sítios gravetianos datam entre 26.000 a. C. a 20.000 a. C. .

- A cultura Solutreana foi localizada no leste da França, Espanha e Inglaterra. Artefactos solutreanos foram datados de cerca de 19000 a. C. antes de desaparecer misteriosamente em torno de 15.000 a. C. .

- A cultura Magdaleniana deixou evidências de Portugal à Polónia durante o período de 16000 a. C. a 8000 a. C. .   

sábado, 13 de dezembro de 2014

PALEOLÍTICO SUPERIOR


     O Paleolítico Superior é um conceito que abrange o fim do Paleolítico Médio e início do Neolítico, nele foram encontrados anzóis primitivos, bifaces, machados de mão, agulhas de osso, entre outros. E também caracterizado pela arte rupestre.
     
     Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu diminuir a sua dependência à natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma necessidade.

     Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela protecção e sustento das famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.

CRONOLOGIA

- 300.000 - primeira (questão) evidência um cerimónia de enterro de mortos. Num sítio arquiológico como o de Atapuerca na Espanha, foram encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna.
- 130.000 - Evidência de uma cerimónia de enterro. Homens de Neanderthal enterravam o mortos em sítios como os de Krapina na Croácia.

- 100.000 - O mais antigo ritual de enterro de seres humanos modernos é considerado como originário de Qafzeh em Israel. Há duas cerimónias do que se supõe serem uma mãe e uma criança. Os ossos foram manchados com ocre vermelho.

- 100.000 a 50.000 - Aumento do uso do ocre vermelho em vários sítios arquiológicos da idade da Pedra. O ocre vermelho é considerado de grande importância nos rituais.

- 70.000 - traços de culto a cobras descobertos em Ngamilland, região do Btswana.

- 50.000 - Humanos evoluem em gestos associados com o comportamento humano moderno. Muito desta evidência tem origem na idade da Pedra Tardia em sítios africanos. Este comportamento donominado  de moderno abrange habilidades  com a língua, o pensamento abstrato, simbolismo e religião.

- 42.000 - cerimónia de rituais de humanos no lago Mungo (Austrália). O corpo aparece respingado por grande quantidade de ocre vermelho. Para alguns estudiosos, é considerado como uma evidência de que o povo australiano importou os rituais que eram praticados na África, porém devido à sua distância não se pode afirmar tal, pois as relações comerciais entre oceanos tão distantes tornava praticamente inviável esta afirmação. Podendo-se assim, postular que seria uma coincidência da técnica usada.

- 40.000 - início do Paleolítico Superior   na Europa. Há uma abundância de fósseis incluindo cerimónias elaboradas de enterro  de mortos; registros arquiológicos das chamadas vénus paleolíticas e arte rupestre. As estatuetas de Venus  são consideradas deusas da fertilidade. As pinturas de caverna em Chauvet e Lascaux são consideradas representativas da manifestação de um pensamento relígioso.

- 30.000 - O mais recente registro da cerimónia  de enterro de um xamã (pajé ou sacerdote)

- 11.000 - início da Revolução Neolítica.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

PALEOLÍTICO INFERIOR

     Foi nesse período que surgiram as primeiras espécies de hominídeos, provavelmente na África. Nesta época a temperatura era muito baixa, obrigando os humanos e outros animais a viver em cavernas. Os hominídeos surgidos nesta época foram os Australopithecus, homo habilis e homo erectus. As tecnologias empregadas no período foram, por ordem crescente de complexidade, a olduvaiense,  a acheulense e a clactoniense.

     Os objectos foram confeccionados primeiramente em osso e madeira, depois em pedra e marfim. Usavam um machado de pedra, para cortar e esmagar os alimentos, para defesa e fazer furos. As lascas eram aproveitadas para fabricar objectos cortantes, daí o Paleolítico ter ficado também conhecido como período ou idade da Pedra Lascada.
     A sociedade era comunal, já possuía uma certa organização social e a família já tinha importância no contexto da sociedade. Eram nómadas e dominaram o fogo. 

PALEOLÍCO MÉDIO

     O paleolítico médio é um conceito que compreende um espaço temporal , cultural e geográfico mais restrito do que os períodos do Paleolítico que o antecedem e sucedem.

     O homem de neanderthal, a distribuição geográfica (Europa), as técnicas de detalhe (industria musteriense) e a cronologia (200.000 a 30.000 anos  antes de Cristo) são características que definem este período da pré-história.

     É nesse período que surgem os primeiros sambaquis, encontrados principalmente nas regiões litorâneas da América do Sul; devido ao fato de serem nómadas, permaneciam num determinado local até que se esgotassem os alimentos, quando então partiam; neste local amontoavam conchas, restos de fogueiras e animais. Era também aí que enterravam os mortos, junto a seus pertences (colares, vestes, ferramentas e cerâmicas), ou seja, um conceito primitivo de religião já se formava.

PALEOLÍTICO SUPERIOR

     No Paleolítico Superior os humanos passaram a habitar e cavernas, devido ao resfriamento intenso do planeta  e o norte da Europa ter ficado coberto de gelo como consequência da quarta glaciação. Neste período desenvolveu-se o homem de Cro-Magnon, que já é o humano moderno propriamente dito. Caçava animais de grande porte (mamute, bisão, renas) utilizando para isso armadilhas montadas no chão.

RELIGIÃO

     Apesar de convencionar-se que a consolidação da religião  ocorre no período Neolítico, a Arqueologia regista que no Paleolítico existiu uma religião primitiva. Essa era baseada no culto à mulher com a associação desta ao poder de dar vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo"; eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adoração às estatuetas femininas, que evidenciavam a função da mulher no período, a de procriar, com úteros grandes, que se entende como gravidez e seios também grandes, evidenciando a amamentação.

     Escavações atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, que eram localizados em posições periféricas o ladeando as estatuetas femininas.

PASSAGEM

     A passagem do período Paleolítico para o Neolítico foi bastante gradual, tendo levado cerca de 10 000 anos,  e ficou conhecida como a Revolução Neolítica ( nome dado pelo historiador Gordon Childe), visto terem ocorrido conquistas tecnológicas que garantiram  a sobrevivência  dos povos nesse período.

As principais alterações foram:

- A crosta terrestre aquece, aumentando o nível dos mares e resultando em alterações climáticas.
- Formam-se grandes rios e desertos, além de florestas temperadas e tropicais.
- Animais de grande porte desaparecem e dão origem à fauna que conhecemos hoje.
- A vida vegetal modifica-se, favorecendo a sobrevivência humana.
- Dão-se grandes conquistas técnicas do homem que, aliadas às transformações do ambiente
   permitem ao ser humano controlar gradualmente a natureza.
- O homem aprende aos poucos a produzir plantas, domesticar animais e estocar alimentos.
- A agricultura e a domesticação de animais favorecem um sensível aumento populacional
   em algumas regiões.
- Ampliam-se as conquistas técnicas, como a produção de cerâmica.
- Os povos aprendem aos poucos como se organizar e trabalhar em sistemas cooperativos.
   
     

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PALEOLÍTICO


     O Paleolítico (petra antiga) ou Idade da Pedra Lascada, refere-se ao período da pré-história que aconteceu cerca de 2,5 milhões a. c., quando os antepassados do homem começaram  a produzir os primeiros artefactos em pedra lascada, destacando-se de todos os outros animais, até cerca de 10 000 antes de Cristo quando houve a chamada Revolução Neolítica, em que a agricultura passou a ser cultivada, tornando o homem não mais dependente apenas da colecta e caça .

     Neste período os humanos eram essencialmente nómadas caçadores-coletores, tendo que se deslocar constantemente  em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada.

     Este longo período subdivide-se em Paleolítico Inferior (até aproximadamente 300 mil anos ) e Paleolítico Superior (até 10 mil antes de Cristo), existe uma certa discordância entre estudiosos quanto a essa divisão, sendo que alguns intercalam um Paleolítico Médio entre o inferior e o superior. O Paleolítico coincide com o final da época geológica Pleistocena do período geológico Neogeno.

     O   termo Paleolítico foi empregado pela primeira vez pelo historiador John Lubbock. Foi precedido pelo período pré-histórico que alguns historiadores chamam de Eolítico, e sucedido pelo Neolítico. Na Europa e em outros locais onde ocorreram glaciações, intercala-se o período chamado Mesolítico entre o Paleolítico e o Neolítico.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

CABINDA NA CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA


     A 23 de Setembro de 1822 é aprovada a primeira Constituição Portuguesa, consequência da revolução Vintista (1820). No seu título II «Da Nação Portuguesa e seu Território, Religião, Governo e Dinastia» no artigo 20, define o que se entendia então como «territórios da Nação» na África Ocidental: «Bissau  e Cacheu; na Costa da Mina, o Forte de São João Baptista de Ajudá, Angola, Benguela e suas dependências, Cabinda e Molembo, as ilhas de Cabo Verde, e as de S. Tomé e Príncipe e suas dependências; na Costa Oriental Moçambique, Rio de Sena, Sofala, Inhambane, Quilimane, e as ilhas de Cabo Delgado.» 

     Com a Carta Constitucional de 29 de Abril de 1826, era suprimido o artigo II que fazia alusão ao Brasil que entretanto se tornara independente, enquanto o artigo III, que faz referência a Cabinda, em 1822, passa para o artigo II.

     Na Constituição de 1838, outorgada por Dª. Maria II, o artigo 2º define o território português, permanecendo então o parágrafo: «na África Ocidental, Bissau e Cacheu; o Forte de São João Baptista de Ajudá na Costa da Mina, Angola e Benguela e suas dependências, Cabinda e Molembo, as ilhas de Cabo Verde e as de S. Tomé e Príncipe e suas dependências». Esta Constituição é aquela  que mais tempo ficará em vigor, 73 anos.

     Com a implantação da República  de 5 de Outubro de 1910, é aprovada a nova Constituição Republicana, a 21 de Agosto de 1911, que assume as possessões coloniais existentes «à data da proclamação da República, sem contudo fazer uma referência discriminada.

     Com o Golpe de Estado de 1926, Portugal passapor um período sem Constituição. Após o plebiscito de 19 de Março de 1933 a Nova Constituição é aprovada em 11 de Abril do mesmo ano. No fim do Artigo 1, na segunda alínea, definida sobre o Território de Portugal:  «Na África Ocidental: Arquipelago de Cabo Verde, Guiné , S. Tomé e Príncipe e sua dependências, S. João Baptista de Ajudá, Cabinda e Angola». Esta Constituição permanecerá até à Revolução de Abril de 1974.

     Mais que um documento com 124 anos, que vários intelectuais dissecam  a fim de argumentarem a sua validade, ou não, perante o Direito Internacional, o Tratado de Simulambuco siboliza hoje o fio condutor secular do nacionalismo de Cabinda que sustenta o seu direito à autodeterminação.   

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

TRATADO DE SIMULAMBUCO


     O Tratado de Simulambuco foi assinado  em 01 de Fevereiro de 1885, pelo representante do Governo Português, Guilherme Augusto de Brito Capello, então capitão tenente da Armada e comandante da corveta Rainha de Portugal e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N'Goyo. O tratado colocou Cabinda sob protectorado português, por contraste com o estatuto colonial de Angola. O tratado foi feito antes da Conferência de Berlim, que dividiu África pelas potências europeias.

     No tratado, Portugal compromete-se a:

     . Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado.

         . Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do País.

     A "colonização" de Cabinda foi assim pacifica por via do Tratado entre Portugal e Cabinda. Em 1885 o território de Cabinda já se encontrava separada do resto do território de Angola, tendo como separação natural o Rio Congo. O território é um enclave que se situa entre os dois Congos Belga e Francês, Cabinda nunca foi parte integrante de Angola antes e após a colonização de Portugal.

      O  TRATADO

     Artº. 1º. - Os principes e mais chefes e seus sucessores declaram, voluntariamente, reconhecer a soberania de Portugal, colocando sob o protectorado desta nação todos os territórios por eles governados.

     Artº. 2º. - Portugal reconhece e confirmará todos os chefes que forem reconhecidos pelos povos segundo as suas leis e usos, prometendo-lhes auxilio e protecção.

     Artº. 3º. - Portugal obriga-se a fazer manter a integridade dos territórios colocados sob o seu protectorado.

     Artº. 4º. - Aos chefes do país e seus habitantes será conservado o senhorio directo das terras que lhes pertencem, podendo-as vender ou alugar de qualquer forma para estabelecimento de feitorias de negócio ou outras indústrias particulares, mediante pagamento dos costumes, marcando-se de uma maneira clara e precisa a área dos terrenos concedidos, para evitar complicações futuras, devendo ser ratificados os contratos pelos comandantes dos navios  de guerra portugueses, ou pelas autoridades em que o governo de sua majestade delegar os seus poderes.

     Artº. 5º. - A maior liberdade será concedida aos negociantes de todas as nações para se estabelecerem nestes territórios, ficando o governo Português obrigado a proteger esses estabelecimentos, reservando-se o direito de proceder como julgar mais conveniente, quando se provar que se tenta destruir o domínio de Portugal nestas regiões.

     Artº. 6º - Os príncipes e mais chefes indígenas obrigam-se a não fazer tratados nem ceder terrenos aos representantes de nações estrangeiras, quando esta cedência seja  com carácter oficial  e não com o fim mencionado no artº. 4º. . 

     Artº. 7º. - Igualmente se obrigam  a proteger o comércio quer dos portugueses, quer dos estrangeiros e indígenas, não permitindo interrupção nas comunicações como o interior, e a fazer uso das suas autoridades para desembaraçar os caminhos, facilitando e protegendo as relações entre vendedores e compradores, e as missões religiosas e cientificas que se estabeleçam temporária ou permanentemente nos seus territórios; assim como desenvolvimento da agricultura.

     § único. - Obrigam-se mais a não permitir o tráfico de escravatura nos limites dos seus domínios.

     Artº. 8º. - Toda e qualquer questão entre europeus e indígenas será resolvida sempre com a assistência do comandante do navio de guerra português que nessa ocasião estiver em possível comunicação com a terra,  ou de quem estiver munido de poderes devidamente legalizados.

     Artº. 9º. - Portugal respeitará e fará respeitar os usos e costumes do país.

     Artº. 10º. - Os príncipes e governadores cedem a Portugal a propriedade inteira e completa de porções de terreno, mediante o pagamento dos seus respectivos valores, a fim de neles o governo português mandar edificar os seus estabelecimentos militares, administrativos ou particulares.

     Artº. 11º. - O presente tratado assinado pelos príncipes e chefes do país, bem como pelo capitão-tenente comandante da corveta  «Rainha de Portugal», começa  a ter execução desde o dia da sua assinatura, não podendo, contudo, considerar-se definitivo senão depois de ter sido aprovado pelo Governo de Sua Majestade.           

domingo, 7 de dezembro de 2014

REGRESSO A PORTUGAL


     A 12 de Julho de 1499, depois de mais de dois anos do início desta expedição, entra a Caravela Bérrio no Rio Tejo, comandada por Nicolau Coelho, com a notícia que iria emocionar Lisboa: os portugueses chegaram à Índia pelo mar. Vasco da Gama tinha ficado para trás, na Ilha Terceira, preferindo acompanhar o seu irmão, gravemente doente, renunciando assim aos festejos e felicitações pela notícia.

     Das Naus envolvidas, apenas a São Rafael não regressou, pois teria sido queimada por incapacidade de a manobrar, consequência do reduzido número a que se via a tripulação no regresso, fruto das doenças responsáveis pela morte de cerca de metade da tripulação, como o escorbuto, que se fez sentir mais afincadamente durante a travessia do Oceano Indico. Apenas 55 dos 148 homens que integravam a armada sobreviveram à viagem.

     Vasco da Gama retornava ao País em 29 de Agosto e seria recebido pelo próprio rei D. Manuel I com contentamento que lhe atribuía o título de Dom e grandes recompensas. Fez Nicolau Coelho fidalgo da sua casa, assim como a todos os outros, conforme os serviços que haviam prestado.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CHEGADA A CALECUTE


     Em 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a rota no Oceano Índico e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.

     As negociações com o governador local, Samutiri Manavikraman Rajá, Samirim de Calecute, foram dificeis. Os esforços de Vasco da Gama para obter condições comerciais favoráveis foram dificultadas pela diferença de culturas e pelo baixo valor das suas ofertas, no ocidente era hábito os reis presentearem os enviados estrangeiros, no oriente esperavam ser impressionados com ricas ofertas.

     As mercadorias apresentadas pelos portugueses mostraram-se insuficientes para impressionar o Samorim e os representantes do Samorim escarneceram das suas ofertas, simultaneamente os mercadores árabes aí estabelecidos resistiam à possibilidade de concorrência indesejada.

     A perseverança de Vasco da Gama fez com que se iniciassem, mesmo assim, as negociações entre ele e o Samorim, que se mostrou agradado com as cartas de D. Manuel I. Por fim,  Vasco da Gama conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comerciar, comprovatória do encontro que dizia:

     «Vasco da Gama, fidalgo da vossa casa, veio à minha terra, com o que eu folguei. Em minha terra, há muita canela, e muito cravo e gengibre e pimenta e muitas pedras preciosas. E o que quero da tua é ouro e prata e coral e escarlate».

     Os portugueses acabariam  por vender as suas mercadorias por baixo preço para poderem adquirir pequenas quantidades de especiarias e jóias para levar para o reino. Contudo a frota acabou por partir sem aviso após o Samorim e o seu chefe da Marinha  Kunjali Marakkar insistirem para que deixassem todos os seus bens como garantia. Vasco da Gama manteve os seus bens, mas deixou alguns portugueses com ordens para iniciar uma feitoria.  

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A VIAGEM


     Iníciava-se, assim, a expedição a 8 de Julho de 1497. A linha de navegação de Lisboa Cabo Verde foi a habitual e no oceano Indico é descrita por Álvaro velho: «rota costeira até Melinde e travessia directa deste porto até Calecute». Durante esta expedição foram determinadas latitudes através da observação solar, como refere João de Barros.

     Relatam os Diários de Bordo das Naus muitas experiências inéditas. Encontrou esta ansiosa tripulação rica fauna e flora. Fizeram contacto perto da Baía de Santa Helena com tribos  que comiam lobos-marinhos, baleias, carne de gazelas e raízes de ervas; andavam cobertos com peles e as suas armas eram simples lanças de madeira de zambujo e chifres de animais; viram tribos que tocavam flautas rústicas de forma coordenada, o que era surpreendente perante a visão dos negros pelos europeus. Ao mesmo tempo que o escorbuto se instalava na tripulação, cruzavam-se em Moçambique com palmeiras que davam cocos.

     Apesar das adversidades de uma viagem desta escala, a tripulação mantinha a curiosidade e o ânimo em conseguir a proeza e conviver com os povos. Para isso reuniam forças até para assaltar navios em busca de pilotos. Com os prisioneiros, podia o capitão-mor fazer trocas, ou colocá-los a trabalhar na faina; ao rei de Mombaça pediu pilotos cristãos que ele tinha detido e assim trocou prisioneiros. Seria com a ajuda destes pilotos que chegariam a Calecute, terra tão desejada, onde o fascínio se perdia agora pela moda, costumes e riqueza dos nativos.

     Sabe-se, por Damião de Góis, que durante a viagem foram colocados cinco padrões: São Rafael, no rio dos Bons Sinais; São Jorge, em Moçambique, Santo Espírito, em Melinde; Santa Maria, nos Ilhéus, e São Gabriel, em Calecute. Estes monumentos destinavam-se a afirmar a soberania portuguesa nos locais para que outros exploradores não tomassem as terras como por si descobertas.  

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

CONTINUAÇÃO


     Cerca do ano de 1481, João Afonso de Aveiro, ao fazer a exploração do Reino de Benim, colhera informações acerca de um quase lendário príncipe Ogané, cujo reino situava-se muito para o Oriente do de Benim. Seria cristão e gozava de grande veneração e poder. Dizia-se em Benim que o reino de Ogané distava vinte luas de andadura, o que, segundo o relato de João de Barros, corresponderia a duzentas e cinquenta léguas.

     Animado com tais notícias, D. João II enviou, em 1487, Frei António de Lisboa e Pedro de Montarroio para colherem no Oriente novas informações que permitissem localizar o Preste João, ao qual parecia corresponder, afinal, a descrição que lhe chegava desse príncipe Ogané. Mas a missão desses enviados não passou de Jerusalém, porque esses dois portugueses desconheciam a língua árabe e por isso temeram continuar, e regressaram a Portugal.

     Com muito cuidado e segredo preparou dois novos homens da sua confiança, Afonso de Paiva, de Castelo Branco e Pêro da Covilhã, iniciando caminho por Valência , Barcelona, Nápoles, Rodes, Alexandria, Cairo, Adem. Aqui se deveriam separar para destinos diferentes: Afonso de Paiva para a Etiópia e Pêro da Covilhã para a Índia. Nenhum dos homens voltou, mas as informações que D. João necessitava retornaram ao reino e serviriam de base de sustentação à eventual época aventura marítima que se avizinhava.

     O plano de viagem teria então que prever a segurança da rota. Para isso seria necessário instalar feitorias ao longo do caminho, e criar fortalezas. A missão caberia ao capitão da armada que ia munido de muitos presentes e equipamento para desbravar os mares e atestado de diplomacia e perseverança para criar elos com os monarcas desconhecidos que eventualmente encontrasse pelo caminho.

     Mas já não seria no reinado de D. João que este empreendimento, com forte oposição da corte, seria iniciado, mas sim no de seu sucessor, D. Manuel I que não partilhava da opinião geral e via nas rotas marítimas uma boa - senão a melhor - forma de dominar o comércio com o Oriente.

     A armada pelas Naus, São Gabriel,   comandada pelo capitão, Vasco da Gama, o piloto Pêro de Alenquer, pelo mestre Gonçalo Álvares e pelo escrivão Diogo Dias,  a Nau São Rafael, comandada pelo capitão Paulo da Gama. e piloto João de Coimbra e pelo escrivão João de Sá, a Nau Bérrio, comandada pelo capitão Nicolau Coelho, pelo piloto Pêro Escobar e pelo escrivão Álvaro de Braga e um Navio de Mantimentos, comandado pelo capitão Gonçalo Nunes, pelo piloto Afonso Gonçalves.

     Entre os mareantes, incluiam-se dois intérpretes, Fernão Martins e Martim Afonso de Sousa, e dois frades, João Figueira e Pêro da Covilhã. Ao todo, as tripulações perfaziam 170 homens.

     Os marinheiros dispunham de cartas de marear onde estava marcada toda a costa africana conhecida até então, de quadrantes astrolábios de vários tamanhos, de regimentos e de tábuas com cáculos - como as tábuas astronómicas de Abrão Zacuto -, de agulhas e prumos. Um dos navios transportava exclusivamente mantimentos para três anos: biscoitos, feijão, carnes secas, vinho, farinha, salmouras e outras coisas de botica.

     Estava previsto o reabastecimento contínuo ao longo da costa de África. A viagem  à Índia foi realizada por três Naus  e um Navio de mantimentos. Nessas três Naus ia um capitão, um piloto. No navio de mantimentos ia um só capitão. Nas duas naus ia também um escrivão. Na primeira nau ia um mestre.          

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CONTINUAÇÃO DO CAM,INHO MARÍTIMO PARA A ÍNDIA


     CONTINUAÇÃO

     A 8 de Julho de 1497, iniciava-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois  com a entrada da Nau Bérrio Rio Tejo adentro, trazendo  a boa nova  que elevaria Portugal  a uma posição de prestígio marítimo.

     As especiarias eram, desde sempre, consideradas o ouro das Índias. A canela o gengibre, o cravo, a pimenta e açafrão, eram produtos difíceis de obter, pelos quais  esperavam caravanas e mercadores experientes vindos do Oriente.

     Um mercador de Lisboa descreve a rota terrestre da especiaria da seguinte forma: "Desta terra de Calecute vai a especiaria que se come em Portugal e em todas as províncias do Mundo; vão também desta cidade muitas pedras preciosas de toda a sorte. 

     Aqui carregam as naus de Meca a especiaria e a levam a uma cidade que está em Meca que se chama Jeddah. E pagam ao grande sultão o seu direito. E dali a tornam a carregar em outras Naus mais pequenas e a levam pelo Mar Ruivo a um lugar que está junto com Santa Catarina do Monte Sinai que se chama  Tunis e também aqui pagam outro direito. Aqui carregam  os mercadores esta especiaria em camelos alugados a quatro cruzados cada camelo e a levam ao Cairo em dez dias; e aqui pagam outro direito. E neste caminho para o Cairo muitas vezes os salteiam os ladrões que há naquela terra, os quais são selvagens e outros."

     Aqui tornam a carrega-la outra vez em umas naus, que andam num rio que se chama Nilo, que vem da terra do Preste João, da Índia Baixa;  e vão por este rio dois dias, até que chegam a um lugar que se chama Roxete; e aqui pagam outro direito. E tornam outra vez a carregá-la em camelos  e a levam , em uma jornada, a uma cidade que se chama Alexandria, a qual é porto de Mar. A esta cidade de Alexandria vêm as galés de Veneza e de Génova buscar esta especiaria, da qual se acha que há o grande sultão 600 000 cruzados; dos quais dá, em cada ano, a um rei que se chama Cidadim 100 000 para que faça guerra ao Preste João.

     Dos mercados de Veneza e Génova só então eram espalhadas para toda a Europa esta especiarias, acrescidas imensamente no seu custo e sem chegada garantida. Em 1453, com a tomada da cidade de Constantinopla pelos Otomanos, as trocas comerciais de Veneza e de Génova ficaram muito reduzidas. O proveito dos portugueses em estabelecer uma rota marítima, portanto praticamente isenta de assalto - não obstante de perigos no mar - mostrava-se recompensador esboçava  no futuro um grande rendimento à Coroa. Portugal iria ligar directamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados na Europa.

CONTINUA       

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

A CHEGADA À íNDIA


    Nos anos que se seguiram à assinatura do Tratado de Tordesilhas em 1494, Portugal prosseguiu no seu projecto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado  pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497 a 1499.

     Mantendo o plano de D. João II, o rei D, Manuel I, mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Segundo segundo o plano original, D. João II teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura já ambos tinham falecido.

     A 8 de Junho de 1497 iniciou-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois  com a entrada da nau Bérrio pelo rio Tejo adentro, trazendo a boa-nova. Neste dia parte do Restelo a armada chefiada por Vasco da Gama. Tratava-se de uma expedição comportando três embarcações. É a partir da viagem de Vasco da Gama chegada a Calecute. Estabelecia-se assim o caminho marítimo para a Índia.