quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

CAMBISES TORNA-SE REI DA PÉRSIA


Com a morte de Ciro II, o Império Aqueménida passou legalmente para o filho mais velho do conquistador, Cambises ou Cambúsia, homem maduro quando da morte do seu pai. Ele já havia governado a Babilónia, porém era outra coisa governar o maior reino do mundo.

     Para lhe criar o contexto adequado, dois acontecimentos  preliminares foram necessários: Um foi garantir para ele a sucessão contra os rivais; o outro, assegurar a continuidade da linhagem, no advento da sua própria morte. Ambos eram questões de familia. O principal desafiante  do seu governo era o irmão mais novo, Esmérdis,  ou Bárdia, pelo visto com demasiada popularidade para a tranquilidade  de Cambises, homem severo e pouco apreciado. 

     Conta-se que Cambises mandou  esfolar um dos seus juíses por corrupção e fez  com que a pele do homem fosse esticada sobre a sua cátedra de juíz. Para um homem de semelhante reputação, não era difícil resolver a questão de um irmão problemático. Esmérdis desapareceu sigilosamente. O escabroso facto estava na tradição real do assassinato, mas o caso foi silenciado.

     Enquanto isso, a segunda consideração, a produção de um herdeiro cujos laços estivessem inteiramente dentro da familia, foi regulada por outro reputado costume tradicional. Os reis persas, como, aliás, outros predecessores, frequentemente se casavam com as suas próprias irmãs, na busca de uma descendência pura. Cambises casou-se com duas suas irmãs, Atossa e Roxana.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

OS QUATRO IMPÉRIOS PERSAS DA ANTIGUIDADE

O  AQUEMÉNIDA  (559 antes de Cristo a 330 antes de Cristo)

     O primeiro Império persa foi moldado pelo reinado de Ciro, o Grande  (559 a 530 antes de Cristo), que conquistou toda a àsia Central e o Médio Oriente, por mais de 200 anos tornou  a Pérsia numa das mais avançadas civilizações da Antiguidade.

SELÊUCIDA (330 antes de Cristo a 170 antes de Cristo)

     No ano de 330 antes de Cristo, Alexandre, o Grande, derrotou o último suberano da dinastia dos aqueménidas, Dario III, e conquistou a Pérsia. Após a sua morte, em 323 antes de Cristo, um dos seus generais, chamado Seleuco, fundou o Império Selêucida, que imcorporou a região ao mundo helénico.

PARTA (170 antes de Cristo a 226 depois de Cristo)

     Em 170 antes de Cristo, Mitridates  I, rei do Império Parta, conquistou as províncias que estrava sob control grego e colocou novamente a Pérsia sob o domínio de uma dinastia nativa do planalto iraniano.

SASSÂNIDA (226 depois de Cristo a 650 depois de Cristo)

     Reivindicando a herança  cultural e política dos aquemênidas, Ardacher I, derrotou os partas em 226 depois de Cristo e fundou o Império Sassânida. Essa dinastia fez da Pérsia novamente  uma das maiores potências da época e dominou uma área equivalente à dos tempos  de Ciro, o Grande. Os Sassânidas foram a última dinastia persa, já que em 650 a região foi conquistada pelos mulçumanos. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

HISTÓRIA DO IRÃO

CONTINUAÇÃO:  ...

     Como os deuses não vos ocultarão na obscuridade, todas as vossas ações serão vistas: se elas forem purase conformes à justiça, consolidarão a vossa autoridade; mas se  procurardes mutuamente prejudicar-vos, perdereis toda a confiança e o conceito dos outros homens. Com efeito, poderia alguém, de boa vontade, fiar-se em vós, vendo-vos injustos para com aquele que por mais razões que tendes para amar?

     Se aprovais  as instruções que vos dou, sobre o modo de vos comportardes um com o outro, seguia-as; se vos parecem insuficientes, consultai a história, que é  uma excelente escola. Nela vereis pais, que ternamente amaram os seus filhos, e irmão, que viveram na mais íntima união: vereis outros, que deram exemplo do procedimento oposto. Dentre homens tão diferentes escolhei para modelos os que se deram melhor com o seu comportamento e sereis sábios.
     
     Parece-me que vos tenho dito o bastante. Quando eu morrer, meus filhos, não envolvais meu corpo, nem em ouro, nem em prata, nem em qualquer outra coisa; entregai-o à terra imediatamente. Que há mais agradável do que ser reunido a essa mãe comum, que produz, que nutre tudo o que há de bom? Amei muitos homens, para não folgar de que bem depressa farei parte da benfeitora dos homens. Mas sinto a minha alma a abandonar-me;  sinto-o pelos sintomas que anunciam ordinariamente a nossa dissolução.

     Se algum de vós deseja pegar na minha mão e contemplar os meus olhos no resto da minha vida, aproxime-se. Quando eu cobrir o meus rosto, peço-vos, meus filhos, que meu corpo não seja visto por ninguém, nem mesmo por vós. Convidai os persas e nossos aliados a que se reúnam à roda da minha sepultura para me darem os parabéns de ficar daí em diante ao abrigo de todos oa acontecimentos desagradáveis, quer eu estejan no seio da divindade, quer tenha sido aniquilado.

     Todos, os que aí forem, recebam de vossas mãos o que se costuma distribuir no funeral de um homem feliz. Finalmente, nunca vos esqueçais que é fazendo bem aos vossos amigos que vos poreis em estado de reprimir vossos inimigos. Adeus, caros filhos. Adeus, amigos, presentes e ausentes.
     Acabando de falar, estendeu sua mão para todos que o rodeavam; depois cobriu o rosto e expirou. 

     

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

HISTÓRIA DO IRÃO

CONTINUAÇÃO: ...

     Peço-vos, pois, meus filhos, em nome dos deuses de nossa pátria, que vos respeiteis um ao outro, se desejais agradar-me; porque não penso que tenhais por certo que nada serei, quando tiver deixado de viver. Minha alma tem até agora estado oculta a vossos olhos;  mas para as suas operações conhecieis que ela existia. Não tendes notado de que terrores são agitados os homicidas pelas almas dos inucentes que eles mataram, e que vinganças elas tiram destes impios? Penseis  que o culto que se tributa aos mortos se teria conservado se se julgassem as suas almas destituidas de poder?  E quanto a mim, meus filhos,  nunca pude persuadir-me de que a  alma, que vive enquanto está unida ao corpo mortal, se  aniquila, logo que dele sai, porque vejo que é ela que vivifica estes corpos destrutiveis, enquanto os habita.

     Nunca pude tão pouco persuadir-me de que ela perca a sua faculdade de raciocinar no momento em que se separa de um corpo incapaz de raciocinio. É natural crer  que a alma, então mais pura, e separada da matéria,  goze plenamente da sua intelegência. Quando um homem morre, vêem-se as diferentes partes que o compunham tornarem a jun tar-se aos elementos a que pertencem: só a alma escapa à vista, quer durante a sua estada no corpo, quer depois que o abandona.

     Sabeis que é durante o sono, que se vê a  imagem da morte, que a alma mais se aproxima da divindade, e que neste estado muitas vezes prevê o futuro, porque, sem dúvida, se acha então inteiramente livre. Ora, se as coisas são como eu penso, e se a alma sobrevive ao corpo, fazei para com a minha o que vos recomendo: se estou enganado, se a alma morre com o corpo, temei ao menos os deuses, que não morrem, que tudo vêem,  que tudo podem, que conservam no universo essa ordem imut´~avel, inalterável, cuja magnificência e majestade são superiores a toda a expressão. Este temor vos livre de qualquer ação, de qualquer pensamento que fira  a piedade ou justiça. Depois dos deuses, temei os homens e a posteridade.