sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

ÚLTIMO PERÍODO


          Engloba da 26ª. à 31ª dinastias. O Egipto é reunificado por Psamético I que era apenas um fantoche nas mãos de Assurbanipal e assim os assírios estavam no comando do Egipto. Esta foi a 26ª dinastia.

     A 27ª. dinastia foi fundada pelos persas, que dominaram o Egipto sob a liderança de Cambises. Essa foi uma dominação que não trouxe grandes danos ao orgulho egípcio, até pelo contrário, os reis persas Cambises, Dario I e Dario II procuram governar de forma a respeitar as tradições  do povo egípcio.

     Depois houve um breve período de independência com governantes fracos e governos instáveis. A 31ª dinastia é última a ter faraós nascidos no Egipto.

     O último período se fecha com a segunda ocupação persa que violenta,  sangrenta, com um governo desorganizado, corrupto e cheio de vícios.

PERÍODO GRECO-ROMANO

     Começa oficialmente com a chegada de Alexandre Magno ao Egípto. Ao que parece, o grande conquistador foi recebido de braços abertos pelo povo egípcio, que havia passado por uma grande opressão com os persas.

     Alexandre era um homem culto e admirava o Egipto,  infelizmente não viveu para ver pronta a cidade de Alexandria, que mandou construir.

     Um dos seus generais, que estava no Egipto por ocasião de sua morte, herdou o governo, o seu nome eraPtolomeu. Assim assim se deu  inicio à dinastia  chamada Plolemaica.

     Embora esta fosse um fase próspera para os egípcios, o povo não aceitava esses estrangeiros e cada vez mais os romanos tomavam as rédeas do poder.

     A última rainha deste período foi Cleópatra VII, a famosa governante que se envolveu com os romanos  Otávio Augusto e Marco António.

     Perdida a Batalha de Accio, ela cometeu o suicídio junto com Marco António. Daí em diante o Egipto torna-se uma província romana.   

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

SEGUNDO PERÍODO INTERMEDIÁRIO


     Este período abrange as dinastias da 14ª à 17ª. Quando se denomina período intermediário, significa um período de transição e este foi marcado pelo governo de um povo estrangeiro nas terras do Egipto.

     O facto é que não havia governante de pulso firme e novamente as terras foram divididas, sendo que, no delta, um povo que foi chamado de Hicsos, tomou conta do governo e por isso se diz que houve a invasão dos hicsos. Na realidade esse povo já vivia no Egipto e foi aumentando a sua população até que tiveram a oportunidade de constituir um governo.

     É claro que os egípcios resistiram à denominação estrangeiros, e de Tebas surgiu a resistência que derrotou o povo estrangeiro, expulsando-os das terras do Egipto. Foi Kamose filho de Seqenenre Tao II, o grande líder que foi a guerra e libertou o país iniciando uma nova fase. Seu irmão Ahmose foi o faraó do Egipto livre e unido e o primeiro da 18ª dinastia.

NOVO IMPÉRIO

     Aqui teremos as dinastias de 18ª a 20ª e um período de glória para o Egipto.
     
     O país reunificado, temos nessa fase grandes faraós guerreiros, muitas campanhas militares, a retomada de terrtórios perdidos e novas conquistas.

     O novo império deve ser mencionado, além de muitas outras coisas, pelo facto dos sepultamentos passarem a ser no Vale dos Rios, pelas artes, pelos templos e pela a avançada medicina. Se formos nomear os faraós, essa é talvez a fase mais rica do Egipto em grandes governantes, como Hatshepsut ( a rainha faraó ), Thutmose III o grande lider militar que expandiu as fronteiras , Ramsés II,  Thutankamon (que na verdade não foi importante enquanto vivo mas que, depois de morto nos legou uma grande riqueza e saber). Além de todos o faraó Akhenaton, que rompeu com a religião estabelecida e construiu outra cidade para o seu culto a Aton, o deus sol.

     A decadência do novo império começou ainda no reinado de Ramsés II, a invasões dos povos do mar, a Guerra de Tróia com a consequente movimentação de pessoas fugindo, a riqueza e o poder dos sacerdotes, a corrupção e a fome, tudo isso levou à derrocada de uma das mais belas fases da história Egípcia.

TERCEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO

     Compreende as dinastias de 21ª a 25ª. Neste período temos um Egipto dividido novamente, mas na mão dos sacerdotes e de diversos reis sem grande poder, que governavam a partir de cidades distintas.

     É necessário mencionar que nesse terceiro período houve a 25ª dinastia, ou Núbia ou ainda Kushita.

     Depois de tantos anos dominados pelo Egipto, os núbios guardavam os valores mais profundos e importantes da cultura egípcia com os quais por tanto tempo conviveram e admiraram.

     Quando o país se esfacelou dominado pela corrupção, os faraós negros da Núbia dominaram parte do país trazendo de volta os seus antigos valores e deixaram uma belíssima herança na sua própria terra, a Núbia.    

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

DIVISÕES HISTÓRICAS DO IMPÉRIO EGÍPCIO


     Existem diversas maneiras de dividir a História do antigo Egipto.

Antigo império
Primeiro período intermediário
Médio império
Segundo período intermediário
Novo império
Terceiro período intermediário
Último período
Período greco-romano

ANTIGO IMPÉRIO

     Antes do antigo império existiu o período dinástico antigo que engloba a 1ª e a 2ª dinastias. Essa fase foi de unificação do governo e do povo.
     O antigo império vai da 3ª a 6ª dinastias e foi uma fase de prosperidade e de expansão.

     Essa é a época em que o país de facto se afirma como uma grande potencia, é na quarta dinastia que são construídas as pirâmides, os templos, as estátua dos faraós imponentes como deuses. Tempos de riqueza e paz que terminam no reinado de Pepi II, o último faraó da sexta dinastia.

PRIMEIRO PERÍODO INTERMEDIÁRIO

     Neste período contabilizamos  a 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, e 11ª dinastias. Sendo que a 11ª dinastia é dividida entre as fases do primeiro período intermediário e do médio império.

     É chamado de período intermediário porque foi uma fase de desunião, fome e governantes fracos. O país ficou dividido em três, houve invasão de outros povos e anarquia gerando uma guerra civil.

     Dentro dessas dinastias houve diversos governantes mas somente no final da 11ª dinastia e ainda pertencendo a ela é que surge o novo governante, Mentuhotep II,  que vai unificar  novamente o Egipto e começar o período chamado Médio império.

MÉDIO IMPÉRIO

     O médio império engloba as dinastias 11ª, 12ª e 12ª, embora Mentuhotep II, pertença ainda a 11ª dinastia, ela é dividida com o período anterior.

     Este foi um tempo de paz  e riqueza, de muitas expedições militares, de comércio florescente, de grandes construções como o Templo de Amon em Karnak e muitas pirâmides e fortalezas.

     Os sacerdotes eram poderosos e o grande deus Amon  era venerado por todos.

     Nas artes os egípcios deixaram um legado na pintura, arte decorativa, estatuária, literatura, que demonstram que nada como a paz  e a riqueza de um povo para que a capacidade artística possa florescer.

     O médio império termina na 12ª dinastia, sem governantes importantes mencionados nas listas conhecidas. Presume-se que novamente a fome, com a baixa das cheias do Rio Nilo, aliada a governantes fracos tenha sido o estopim (o rastilho) para a desunião do país.




terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA


     O ANTIGO EGIPTO É UMA DAS CIVILIZAÇÕES MAIS CONHECIDAS
                                                   DO MUNDO ACTUAL


Talvez pelo espetacular achado da tumba intacta do faraó Tutancámon, talvez pelas imponentes pirâmides, talvez por todas as lendas que se desenvolveram no imaginário popular.

     É facto que graças ao clima do deserto, aos arquitetos geniais e à religião que professavam, os egípcios deixaram-nos de presente um testemunho de sua brilhante civilização.

CLIMA E LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

     A civilização Egípcia desenvolveu-se a nordeste do continente africano, ao longo do grande Rio Nilo que nasce no lago Vitória na África oriental, e corta as terras do Egipto até desaguar no mar Mediterrâneo.

Sendo os limites do Egipto os seguintes:

     Aos norte o mar Mediterrâneo, ao sul as cataradas do Nilo no actual Sudão. A leste o mar Vermelho e a oeste o deserto da Líbia.

     O clima era quente e seco embora, menos do que é hoje em dia. Dizem os estudiosos que entre 5 500 e 2 500 anos antes de Cristo o Saara não era como hoje o conhecemos. Era uma região com um clima temperado, com abundância de água e coberto de vegetação.

UNIFICAÇÃO

     Nos tempos mais antigos, quem se estabeleceu nas margens do rio Nilo foram tribos dispersas, satisfeitas por encontrar um local abençoado, onde não dependiam das chuvas porque havia um rio "que era visto como um Deus" para fertilizar as terras e prover de água.
     Com o decorrer do tempo as tribos foram-se organizando em nomos "divisões administrativas". Já possuíam noções de aritmética, movimento das estrelas, usavam um calendário e escreviam  em hieróglifos. Mas, as terras ainda eram divididas em alto e baixo Egipto.

     O alto Egipto era o sul , onde as terras férteis são apenas as margens do Nilo e o deserto fica muito perto, assustando e maltratando o povo e os animais  com o seu vento cruel. O baixo Egipto era o norte, onde no rio delta a vegetação era luxuriante e a caça e a pesca eram abundantes.

     Quem juntou as duas terras do Egipto sob um mesmo governo foi Menés ou Narmer. O nome é motivo ainda de discussões. O facto é que a partir dessa união de nomos (divisão administrativa) sob o mesmo governo, , começa  a real história de um grande império e começa o reinado dos faraós, que eram os reis do país unido.   

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

HAMURABI


     É o rei mais famoso porque pode ser considerado o sexto rei sumério mas é o fundador do Primeiro Império Babilónico, dinastia babilónica dos amoritas ou amigos babilónicos.

     Ele nasceu em Babel e era filho do quinto rei da dinastia suméria. Ao subir ao trono, Hamurabi promoveu a fusão dos semitas e sumérios e por meios diversos, fossem guerras ou pela diplomacia dominou as antes independentes cidades-estado e unificou-as, assim conquistou quase toda a Mesopotâmia.

     Esse rei fez muitas obras, impulsionou a agricultura, o comércio, construiu cidades, decorou templos, mas o seu grande legado foi o famoso código de leis que até hoje é estudado  e discutido.

RELIGIÃO E ARTES DOS ANTIGOS BABILÓNIOS

     Pouco sabemos da religião dos antigos babilónios, mas é possível supor que eles tenham aditado muito da religião suméria, povo com o qual conviveram durante muito tempo. Veneravam um grande número de deuses nos templos, o seu Deus principal, criador dos homens  era Marduk e os cultos eram dirigídos por sacerdotes. O rei era o representante de Marduk. E não acreditavam na vida após a moprte.

     Na literatura, os antigos babilónios deixaram a compilação de uma série de histórias sumérias. Essa coleção conta os feitos do lendário Gilgamesh, rei de Uruk, e narra como esse rei destruiu o demónio da floresta libanesa de cedros, desafiou os deuses, descobriu o segredo do dilúvio e sobreviveu.

O DECLÍNIO

     Após a morte de hamurabi, seu filho enfrentou muitas rebeliões e invasões que não conseguiu controlar. Seus descendentes permaneceram lutando mas o império babilónico estava desmoronando.

     Os hititas, povo de origem misteriosa, invadiu a Babilónia, liderados pelo rei Mursiliis I em 1595 antes de Cristo foi arrasada e incendiada e isso e isso foi o fim do império dos antigos babilónios.

     O povo hitita adotou as leis, a religião e a cultura dos antigos babilónios, que antes já tinham absorvido a cultura suméria.

     Os cassitas dominaram a Mesopotâmia central tanto militar quanto comercialmente. Vindos dos montes Zagros armados inclusive com carros de guerra puxados por cavalos, absorveram a cultura local.

     Enbora não conhecessem a escrita, formaram um grande império baseado no saber dos babilónios e na sua força militar, conquistaram territórios do Eufrates até os montes Zagros.

     A cidade da Babilónia foi renomeada e tornou-se Karanduniash eles também ergueram uma nova capital chamada Durkurigalzu.

     A prosperidade da região atraiu os assírios que começaram a expandir-se para o norte. O Rei assírio Tukulti Ninuarta I, invadiu a Babilónia, prendeu seu rei e arrasou a cidade.

     Com o assassinato do rei assírio, houve um pequeno período de paz e logo depois a invasão dos elamitas em 1153 antes de Cristo. Foi o povo elamita que saqueou a cidade levando para Susa a pedra onde está gravado o Código de Hamurabi.

     Esse foi um período difícil para a Babilónia, as constantes invasões destruíram muito das suas belas obras aquitectónias, acabaram  com o seu comércio e com a sua agricultura e impediram o desenvolvimento das artes.

     A Babilónia só volta a ser uma cidade importante sob os reis caldeus que serão os chamados neobabilonios.

     Com a Babilónia ao centro, a região da Mesopotâmia dominou a paisagem do Oriente Médio durante dois séculos e meio. Certamente, num futuro tempo de paz nessa região, talvez seja possível fazer grandes escavações e pesquisas, é muito provável que ainda exista muita riqueza histórica son um chão onde pisaram tantos povos importantes.  

      


sábado, 24 de janeiro de 2015

ANTIGO PERÍODO BABILÓNICO


     Por volta de 1900 antes de Cristo o povo amorita, um grupo semita, tomou o controle da região mesopotâmia.
     Esse povo centralizou o governo, ou seja, acabou com a independência das cidades-estado, que ficaram submetidas a um governo central.

     A capital desse nascente império amorita passou a ser a cidade de Acad, agora denominada Babilónia. Por essa razão, os amoritas são chamados de Antigos Babilónios.

POLÍTICA E LEIS DOS ANTIGOS BABILÓNICOS

     Para o povo amorita o rei era um deus, a sua origem era indiscutivelmente divina e o seu poder era total.
     Nas mãos do rei estavam todas as cidades-estado, as taxações, o serviço militar obrigatório, nada se resolvia fora do poder real. Para fazer esse sistema centralizado funcionar (onde antes havia autonomia) foi criado um conjunto de leis para punir os crimes contra o estado.

O CÓDIGO DE HAMURABI

     Os antigos babilónicos fizeram leis rigorosas e punições severas, muitas das vezes lançando mão da pena de morte até mesmo para delitos menores.

     Hamurabi foi rei da Babilónia em 1792-1750 antes de Cristo seu nome hoje é confundido com o código de leis que criou até porque, dele se extraiu a Pena de talião "olho por olho, dente por dente..."

     Esse código é a compilação de leis mais antigas que se conhece, foi gravado numa estela de diorito, em cuja parte superior aparece o próprio Hamurabi recebendo a insígnia do reinado e da justiça, das mãos de Marduk. Na parte de baixo da estela estão gravadas as 282 cláusulas do Código. Essa estela foi encontrada por uma delegação francesa na Pérsia sob a direcção de Jacques de Morgan, em 1901-1902, sob as ruínas da acrópole de Susa e foi transportada para o Museu do Louvre, em Paris onde permanece.

     Suas penas eram severas e geralmente as punições se igualavam aos prejuízos causados como por  exemplo: aqueles que praticasse roubo por arrombamento, deveria ser morto e enterrado em frente ao local do facto. Isso configura o famoso "olho por olho..."

     O Código de Hamurabi é visto como sumério no espírito mas carregando a dureza das penas dos antigos babilónios.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

DINASTIA AMORITA



     QUEM ERAM OS AMORITAS

     Eram os antigos Babilónios, e então é preciso explorar um pouco mais da história da região da Mesopotâmia, local de variadas culturas e tantas coisas ainda por serem descobertas.

A BABILÓNIA

     Por volta do quinto milénio antes de Cristo surgiram no vale da Mesopotâmia diversas civilizações provavelmente vindas de uma região montanhosa ao norte do mar Cáspio. Dentre elas havia povos de raízes indo-europeias e outros semitas. A designação povos semitas, foi tirada das Escrituras Hebraicas; Sem, era filho de Noé e as nações que descendem de Sem, são chamadas Semitas. As línguas semitas incluem o hebreu, árabe, assírio e babilónio.

A CIDADE DA BABILÓNIA

    A localização da Mesopotâmia já faz parte de diversos outros módulos, por conta dos povos que lá viveram, os sumérios e os assírios.
     A cidade da Babilónia, que hoje em dia pode ser localizada no Iraque a cerca de 80 Kilometros ao sul de Bagdá foi o centro de diversas civilizações da Mesopotâmia.

     Chamada de Babilu, Bán-ilim ou Babil na língua Babilónia, que significa Porta de Deus; no habraico antigo, Babel significa confusão, em sumério a palavra seria Kadmirra e em persa antigo Abirush.

     Cidade de muitas histórias e lendas, ou talvez verdades ainda por serem descobertas, ela teve o privilégio de ser importante rota de comércio ligando o golfo Pérsico ao Mediterrâneo.

A OCUPAÇÃO DA MESOPOTÂMIA

     Vários povos a ocupar
     Amoritas - povo semita que, por volta de 1 900 antes de Cristo controlou a maior parte da          Mesopotâmia, baseando a sua capital na cidade da Babilónia. São Chamados Anti Persas -         com os persas cujo rei era Ciro.

UMA SUCESSÃO DE IMPÉRIOS

     O povo sumério deu início a ocupação civilizada da Mesopotânia, foi com esse povo que as cidades estado foram organizadas e se fortaleceram. O legado sumério é imenso mas justamente pelo fato das cidades sumérias  serem tão independentes,, o governo central ficou muito frangelizado e caiu frente aos acádios.

     Quando o povo semita de nome acádio, governado por Sargão conquistou a Suméria, tornou a sua capital a cidade de Acad. Porém, o império de Sargão caiu frente à revolta das cidades-estado sumérias que retomaram o poder.

     Após o término da última dinastia suméria, por volta de 2 000 anos antes de Cristo a região da Mesopotâmia sofreu um estado de caos e revoltas durante quase um século.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

LEGADOS ASSÍRIOS´


     Coisas pequenas e grandes, simples e complexas, que fazemos e usamos sem pensar duas vezes, surgiram há tanto tempo atrás em terras tão distantes

     Ninguém imagina sair de casa sem trancar a porta; foi na Assíria que tanto as fechaduras como as chaves foram usadas pela primeira vez.

     Não há como viver sem saber que horas são, e foi na Assíria que o sistema sexagesimal de contar o tempo foi desenvolvido.

     Como imaginar dirigir em ruas não pavimentadas? Foi na Assíria que primeiro se usou a pavimentação.

     E a lista continua: o primeiro sistema postal, o primeiro uso do ferro, os primeiros óculos de aumento, as primeiras bibliotecas, as primeiras descargas privadas, as primeiras pilhas, as primeiras guitarras, os primeiros aquedutos, os primeiros arcos e por aí fora.

     Não se pode deixar de mencionar a importância da biblioteca deixada por Assurbanipal, porque é através do estudo das tabuinhas que se pode reconstituir muito da história da Assíria. Esse é um legado inestimável.

     Mas, na Assíria não surgiram apenas coisas materiais, surgiram idéias, idéias que iriam moldar o mundo futuro.

     Por exemplo, a idéia de uma administração imperial, dividindo as terras em territórios, Administrativos por governadores locais, que se reportavam a uma autoridade central, o rei da Assíria. Esse modelo de Administração sobrevive até hoje.

     Os fundamentos do antigo e do novo testamentos são encontrados na Assíria, mitologicamente.

     Foi lá que a historia do dilúvio universal se originou dois mil anos antes do velho testamento ser escrito. Foi lá que o primeiro épico foi escrito, o Épico de Gilgamessh (ou Epopeia de Gilgamesh),  com  seu tema universal e eterno das lutas e objetivos da humanidade.

     Foi lá que a própria civilização se desenvolveu e deixou frutos para as futuras gerações.

     Na Assíria foram dados os primeiros passos rumo a Unificação cultural do Oriente Médio, trazendo para a esfera de poder assírio grupos diversos do Irã ao Egipto, quebrando barreiras étnicas e nacionais e preparando caminho para uma unificação cultural, que facilitou a expansão do Helenismo, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

DECLÍNIO

     Embora Assurbanipal tivesse conquistado o Egipto, não conseguiu impedir que o país voltasse a ser independente. Após o Egipto houve rebeliões na Fenícia, Babilónia e no Elam. Começava assim o declínio da Assíria.

     Em 625  antes de Cristo os caldeus conquistaram a sua indepêndencia e tomaram a Babilónia.

     Em 612 antes de Cristo o rei assírio era Assur-Uballit II e seu exército não resistiu à aliança entre o rei da Média, Ciáxares, e o rei dos caldeus, Nabopolassar.

     Os assírios foram derrotados em Harran e os dois povos aliados destruíram Nínive e Assur. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

POLÍTICA ASSÍRIA


     As classes dominantes na Assíria eram formadas pelos comandantes militares que enriqueceram com os espólios de guerras. A Assíria era um País guerreiro, até por necessidade de sobrevivência

     Os conquistadores assírios inventaram uma nova política com relação aos povos conquistados; para prevenir revoltas nacionalistas os assírios obrigavam o povo conquistado a migrar em grande quantidade para outras áreas do império

     Isso, além de garantir a segurança do império construído sobre povos de culturas e línguas diferentes, tornou a região, com essa deportação em massa, num caldeirão de diversas culturas, religiões e línguas. Os povos conquistados foram-se misturando no Oriente Médio, Mesopotâmia e Arménia.

     Embora houvesse pouco contacto cultural entre conquistados e conquistadores no início da história da Mesopotâmia sob os assírios, todo o território se transformou uma grande mistura cultural.

     Foi o rei assírio Sargão II que obrigou os hebreus a mudar de lugar após a conquista de Israel, o reino mais ao norte dos hebreus. Embora essa tenha sido, comparativamente, uma pequena deportação e estivesse de acordo com a política assíria, ela marca o início histórico da diáspora judaica.

     O exército assírio era maior, jamais visto no Oriente Mádio ou na Mesopotâmia. As exigências da guerra  criavam inovações tecnológicas e isso fazia dos assírios um povo praticamente imbatível: espadas de ferro, longas lanças, armaduras de metal e machados de guerra, aríetes, escudos, tornavam-se inimigos temidos nas batalhas.

ARTES

     A arquitetura tem o seu momento mais importante com Assurbanipal II que, transformou a cidade de Nimrod em capital militar. Temos grandes muralhas, e no seu interior ficava a cidadela com as construções reais. Os palácios eram construídos, em geral sobre uma plataforma, suas portas eram ladeadas por colossais esculturas de pedra e aposentos decorados com relevos. Entre eles, vale citar os de Nimrod, Khorsabad e Nínive.

     As esculturas mencionadas acima eram guardiães do portais, figuras enormes, geralmente representando touros ou leões com cabeça humana, ficavam uma de cada lado dos portais arqueados. São chamadas Lamassu.

     Os templos e ziguartes sofreram grande influência da cultura suméria.

     Ainda na arquitetura é preciso mencionar a cidade criada por  Sargão II, a actual Khorsabad, rodeada por uma muralha com sete portas três delas decoradas com relevos e tijolos vitrificados. No interior da muralha estava o palácio de Sargão II,  um grande templo, as residências e os templos  menores. Seu filho e sucessor, Senaqueribe, mudou a capital para Nínive, onde construiu seu próprio palácio, chamado de palácio sem rival.

     Nos relevos podemos observar cenas de conquistas e de caça. Os animais  são desenhados com muitos detalhes e as cenas mostram vitalidade.
     
     Outra demonstração da arte refinada dos assírios são os entalhes de selos e esculturas em marfim. Em Nimrod foram encontradas milhares de pequenas figuras de elefantes. Nos entalhes aparecem símbolos dos deuses.

     A cultura babilónica exerceu grande influência na literatura assíria. Assurbanipal guardava na sua biblioteca, cópias de exemplares da literatura babilónica.  
    

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

CONTINUAÇÃO DO PERCURSO ASSÍRIO


UM RÁPIDO OLHAR SOBRE A HISTÓRIA

     O período de 2400 antes de Cristo até 612 antes de Cristo foi uma fase muito rica da história assíria.
     Ela começa em 2371 antes de Cristo  com Sargão da Acádia, sinalizando 1 800 anos de hegemonia assíria sobre a Mesopotâmia. Seu término é em 612 antes de Cristo com a queda de Nínive.
     Sargão da Acádia foi o primeiro rei a assumir o controle  fora da sua cidade-estado. Seu modelo foi seguido por todos os impérios que o sucederam até  aos nosso tempo.

     Da sua base Acad, ao sul de Bagdá, Sargão começou a controlar os territórios estendendo-se para o norte até Ashur e a oeste até ao Mediterrâneo.
     Puzur-Assur III foi o primeiro monarca que, livre de pressão suméria, empreendeu a expansão do reino.
     Depois dele, Shamshi-Adad I uniu para sempre as três cidades, Ashur, Nínive e Arbel e trouxe Arrapkha para a esfera de influência assíria. Desse modo, essas quatro cidades e Nimrod tornaram-se o verdadeiro coração da Assíria.

     Sob Shamshi-Adad as colónias de moradores assírios, há muito estabelecidas na Capadócia, respiraram uma nova actividade. Ele foi um governante de grande eficiência administrativa e de grande habilidade política.
     Por volta de 1472 antes de Cristo um rei de Mitani anexou a Assíria e isso  durou mais ou menos setenta anos.
     Finalmente os mitanianos foram derrotados por Assur-ubalit, que lançou as bases para a fundação do primeiro império assírio.

     Bases firmes, o rei Adad-Nirari (1307 antes de Cristo) pode estabelecer de fato o primeiro império que durou até 1248 antes de Cristo.
     Nessa época, um povo chamado elamita, vindo do sudoeste de Irã, tomou o controle da Babilónia durante 30 anos e isso teve efeitos sobre a Assíria, que atravessou uma fase de guerras contra hititas e babilónios.

     Após a fase de revolução interna, Salmanasar I recupera o poder assírio com um exército forte.
     Tukulti-Ninurta I foi o rei mais importante do império médio, porque foi poderoso e incorporou a Babilónia, que ficou dependente do rei assírio. Suas conquistas estenderam o império assírio da Síria ao golfo pérsico.

     Depois desse reinado, novamente a Assíria  atravessa um período de invasões e guerras, desta vez contra os gurritas e mitânicos.
     Finalmente surge um rei importante, Tiglat-Pileser I, mas novamente a Assíria é dominada, desta vez  pelos arameus. E o rei dizia: eu cruzei o Eufrates vinte e oito vezes... em perseguição aos arameus.

     Depois dele temos outro libertador, Adad-Nirari II. E depois ainda, Tukulti Ninurta II.
     Após esses reis temos Assurbanipal conhecido por sua violência e crueldade, assim como seu filho Salmanasar III conquistador da Síria.

     Os últimos reis assírios foram Tiglat-Pileser III que dominou definitivamente a Mesopotânia. Salmanasar IV e Salmanasar V mantiveram o poderio da Assíria. Senaquerib que teve que enfrentar revoltas internas, principalmente na Babilónia. Esarhaddon ou Assaradon, que reconstruiu a Babilónia e atacou o Egipto. Assurbanipal que conquistou o Egipto.

     Embora o Egipto fosse retomado pelo faraó Psamético I, com Assurbanipal, a Assíria tornou-se o centro cultural do mundo na época.     

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

CONTINUAÇÃO/ASSÍRIA


O POVO ASSÍRIO E A SUA LÍNGUAGEM

     Os assírios são um povo semítico tribal da Mesopotâmia. Eles são diferentes etnicamente dos árabes e dos judeus. Através do que se conhece da sua história, esse povo usou duas línguas: o antigo assírio (acadiano) e o moderno assírio. O acadiano foi escrito no sistema cuneiforme, em tabletes de barro e foi usado desde o início até mais ou menos 750 anos antes de Cristo.

     Por volta dessa data surgiu uma nova maneira de escrever em pergaminhos, couro ou papiro. O povo que introduziu essa escrita era chamado arameu, e eles viram sua língua tornar-se mais importante do que o antigo assírio. Era a língua aramaica.

     O aramaico tornou-se a segunda língua oficial do império Assírio em 752 anos antes de Cristo. De qualquer maneira embora os assírios usassem  assim o aramaico, o que houve foi uma fusão com palavras em acadiano, de modo que a língua pode ser chamada de assírio-aramaico.

RELIGIÃO

     Os assírios praticaram duas religiões ao longo de sua história: o Assurismo e o Cristianismo. O Assurismo foi, é claro, a primeira religião dos assírios.

     A religião assíria era muito parecida com a babilónica e sumeriana. Seus deuses eram  antropomórficos, temos então  Sin, a lua, Chamah, o sol, Nabu, o rio Eufrates, Nibid, o sol nascente, Nergal, o sol do meio-dia, Adad, a tormenta, Enlil, a terra e Ea, a água. O deus principal, o deus supremo era Assur.

     A palavra Assírio, na sua forma latina, deriva do nome de Assur. Os assírios praticaram o assurismo até ao ano 256, embora nessa época, a maioria do povo já tivesse aceitado o cristianismo.

domingo, 18 de janeiro de 2015

CIVILIZAÇÃO ASSÍRA


LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ASSÍRIA

     A Mesopotâmia é uma região que se localiza entre os rios Tigre e Eufrates. A palavra é de origem grega e significa exatamente terra entre rios.

     A sua localização é o Oriente Médio e essa região abrigou diversas civilizações de grande importância no decorrer da história. Aqui vamos localizar precisamente a Assíria.

     Ao Norte da Mesopotâmia, a Assíria se espalha através de quatro países do presente. Na Síria, estende-se a oeste até ao rio Eufrates; na Turquia, espalha-se ao norte até Harran, Edessa, Diyarbakir e lago Van; no Irã, se estende ao leste até ao lago Urmi e no Iraque segue por 100 milhas ao sul até Kirkuk.

Este é o coração da Assíria. 
     E dois grandes rios correm através da Assíria, o Tigre e o Eufrates e muitos outros rios menores.
      Ao norte e leste da Assíria estão as cadeias de montanhas de Taurus e Zagros. A oeste e sul espalha-se um grande planalto de pedra calcária.

A REGIÃO DISPUTADA

     Pelo fato de ser uma área cercada por desertos e terras áridas, a Mesopotêmia foi historicamente uma região de impérios de curta duração. Diversos povos lutaram  nesse pedaço de terras férteis, os sumérios, os acádios, os guti, os elamitas, os amorritas. E novamente os acádios, os amorritas e os cassitas. Os cassitas anexaram o pequeno reino de Ashur, a Assíria.

     Só que a Assíria reagiu e tornou-se um grande Império.

A DESCOBERTA

     Em 1932, Sir Max Mallowan, o arqueólogo britânico, fez uma escavação profunda no solo intocado no topo do monte em Nínive. Foi assim que descobriu uma série  de artefactos de cerâmica que recuavam  aos tempos pré-históricos e comprovaram que o local havia sido habitado por volta de 5000 anos antes de Cristo.

     Logo depois, duas outras grandes cidades assírias foram localizadas, Ashur e Arbel, embora a data exata não tenha sido ainda determinada, Arbel é a mais velha e a sua maior parte ainda não foi escavada, de modo que, os seus tesouros arqueológicos ainda não foram todos descobertos. Isso também se aplica a Ashur.

     O que se sabe é que essas três cidades, por volta de 2500 antes de Cristo eram metrópoles muito bem estabelecidadas.

     Esse período da história foi testemunha  do desenvolvimento dos fundamentos de nossa civilização: domesticação dos animais, agricultura, cerâmica, o controle do fogo, a fundição, entre tantos outros.

AS FALHAS NA HISTÓRIA

     Existe uma enorme dificuldade de reconstruir a história real da Assíria. Embora a biblioteca de Assurbanipal, em Nínive, com mais de 22 mil tabuinhas gravadas, seja um material de inestimável importância, ainda temos muitas peças faltando nesse quebra-cabeças.

     As listas assírias de reis, como a de Khorsabad (encontrada em 1932-33 e outras, não são confiáveis. Na verdade são absolutamente inacreditáveis, independentemente do calendário a que se referem.

     Não podemos pensar em dinastias como as egípcias porque na Assíria houve mudanças de localização do poder, muitas vezes a sucessão não era de pai para filho, outras vezes várias dinatias governaram ao mesmo tempo. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

CONTINUAÇÃO


RELIGIÃO

     Os Sumérios eram politeístas e, segundo eles, o universo originou-se da seguinte maneira:

No início, existia, o mar primordial que "luarua" produziu a montanha cósmica composta do céu (An) e  da terra (Ki) que consumaram o acto sexual. Nasceu então, o deus do ar Enlil, que separou o céu da terra, levando esta consigo. Uma nova união entre Enlil e sua mãe com uma relação incestuosa, produziu o homem, os animais, as plantas e a civilização.

     Os deuses Sumérios tinham a forma humana, mas eram imortais e possuíam poderes sobrenaturais. Eram seres invisíveis que a tudo governavam.

     An era o deus do céu; Ki era a deusa da terra; Enlil, o deus do ar e Enkil o deus da água. Além desses podemos citar Nanna deus da lua, Utu o deus do sol e Inanna a rainha dos céus e rainha do amor e da guerra.

     Os deuses manifestavam-se através de sonhos e dos oráculos. Parece que o povo Sumério acreditava em alguma espécie de existência após a morte, porque foram encontradas oferendas nos túmulos. Cientistas pesquisadores, encontraram indícios de que grupos de Sumérios tinham religião própria e acreditavam no Deus  único e invisível, e não acreditavam na vida após a morte, sendo copiados e imitados por outros povos que tiveram contacto com eles neste tipo de crença e assimilaram esse tipo de religião.

DECLÍNIO DA CIVILIZAÇÃO DE SUMER

     As cidades-estado viviam em lutas constantes entre si e isso gerou crises graves em seus governos, com o enfraquecimento de todas, económicamente e militarmente.

     A Suméria não era como o Egipto, onde havia um forte poder central. Na Suméria, as cidades-estado mais importantes, que eram governadas por líderes chamados ensis, controlavam o exército e o abastecimento de água, os rios Tigre e Eufrates assim como seus afluentes eram vistos como estratégicos e portanto de interesse militar.

     Por causa das lutas e falta de união entre as cidades, o povo Sumério ficou sempre muito vulnerável, e o povo Acadio aproveitou-se para dominar a baixa Mesopotâmia.

LEGADO SUMÉRIO

     Foram uma das primeiras civilizações conhecidas. A eles são atribuídas a invenção da escrita e da roda, há 6 000 anos atrás.
     Além das contribuições citadas acima, em artes, literatura, ciências e mais, na área militar, desenvolveram os carros de combate puxados por cavalos, porque já conheciam a roda, usavam lanças, dardos e armaduras feitas de bronze, arco e flecha.

     Aprenderam a arte de dominar a água dos rios, criando diques e barragens, canalizavam a água para as lavouras.

     Infelizmente pouco sobrou da sua arquitectura mas, os zinguartes são uma bela demonstração do que podem ter sido as suas cidades. A sua contribuição nas leis dos povos antigos que incorporaram estas nas suas culturas é notável. Assim como a idéia do Deus único invisível que era a religião de alguns grupos Sumérios, entre os outros vários tipos de religiões existentes na época.

     Dentro das ligações externas há um link para o Museu da Universidade da Pensilvânia onde se pode ler a respeito das escavações do Cemitério Real de Ur. Lá foram descobertos em 1920, os túmulos de reis e rainhas da cidade de Ur, que ficou famosa por ser a cidade da Bíblia como a cidade natal de Abraão. As tumbas são do período de 2600-2500 antes de Cristo que foi o ápice da cultura Suméria.   

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

CONTINUAÇÃO


     AS  CIÊNCIAS

     Pelo fato da região ter sido habitada por grandes culturas e haver uma ligação e às vezes, continuidade entre elas, vamos citar apenas algumas invenções creditadas aos Sumérios.
     Esse povo criou um sistema completo de medidas de capacidade, superfície e peso. Eles inventaram o sistema sexagesimal, usado com a numeração decimal. Possuíam réguas graduadas e tábuas de cálculos. Dividiam o dia em 24 horas iguais.

     Talvez o sistema de astronomia se tenha originado na Suméria, porque eles reconheciam três paralelos principais: equatorial ou caminho das estrelas de Anu; tropicais, caminhos de Enlil (Câncer) e de Ea  (Capricórnio).

     Acredita-se que também a medicina era bem desenvolvida, há documentos que mencionam cirurgias, além disso eles preparavam drogas medicinais.

     LITERATURA E DIREITO

     Na Suméria havia um sistema de ensino frequentado por escribas. Eles compunham e copiavam obras de interesse histórico, hinos religiosos, contos, códigos de leis, fábulas, poesia e outros.
     A criação mais famosa e interessante desse povo é a Epopeia de Gilgamesh, mas também se pode citar os mitos de Tamuz e da deusa Nana Ishtar e do pastor Etana.

     Pela quantidade de tabuinhas ou tabletes encontradas, parece que os Sumérios tinham uma grande actividade literária e uma rica literatura. Essas tabuinhas eram feitas de argila, sobre as quais se escrevia com estiletes em forma de cunha, depois ela era endurecida ao sol ou em fornos. Além dessas tábuas, foram encontradas estelas e cilindros gravados, que eram usados como selos.

     No campo do Direito, foram encontradas tabuinhas com todo o tipo de ordem jurídica, contratos, testamentos, recibos etc., Em épocas anteriores ao famoso Hamurabi, já havia na Suméria, Códigos de Leis bastante avançados. O divórcio era admitido, o adultério considerado delito e admitia-se a adopção. As leis penais eram bem menos violentas do que as vigentes em outros locais, da época.  

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

CONTINUAÇÃO


     ECONOMIA
     
     A agricultura era a base da economia do País, a cevada era a sua principal cultura. Além  dela, havia o cultivo da cebola, nabo e tâmaras. Criavam animais, fabricavam queijo e manteiga. A pesca também era importante, tanto nos canais, como no Golfo Pérsico.

     Nos mercados havia o comércio de cereais, frutas, licores e vinhos, tecidos e outros. O comércio com outros locais era feito sempre em caravanas por causa dos perigos nos caminhos. Navegando pelos  rios Tigre e Eufrates, eles comerciavam com a costa mediterrânea e no Golfo Pérsico, principalmente armas, feitas de cobre e bronze.

     Todo o tipo de comércio era muito bem documento, desde que a mercadoria deixava o local de origem até que chegasse ao destinatário. Um exemplo disso é  um contrato de transporte de prata, que Dadaya confiou a Kukkulanum e deveria ser entregue a Enlil-bani, feito em presença de testemunhas citadas.

AS  ARTES

     Entre os Sumérios  assim como entre os Egípcios, as artes foram inspirados pela religião. Os templos foram basicamente o traço principal da arquitectura sumeriana. Os ziguartes (torre em degraus) foram construídos para que o deus habitasse com seu povo. Em Ur, o deus-lua, Nanna, era o patrono, ainda hoje as ruínas de seu ziguarte se  elevam a uns vinte metros de altura. A seus pés havia um templo para a deusa Nigal, esposa do deus-lua, um entreposto, talvez um palácio e tumbas reais.
     Infelizmente, as construções Sumérias, feitas de tijolo cru ou cozido, não se conservaram e foram destruídas pelo tempo.

     Hoje, as ruínas de Uruk atestam que havia na Suméria cidades com grandes edifícios mas, dela são conhecidas apenas as edificações centrais, não se sabe o seu tamanho e nem o número de habitações.

     Outras manifestações artísticas foram as estátuas e o mobiliário refinado encontrado nos túmulos. As estátuas mais antigas são de cerca de 2400 antes de Cristo no Museu do Louvre existe um conjunto de estátuas e fragmentos delas, inclusive algumas feitas de pedra negra. Desta pedra, não se conhece a fonte, uma inscrição na estátua do rei Manishtusu, diz que ele trouxe a pedra negra de uma campanha vitoriosa das montanhas do outro lado do mar inferior.

     Os Sumérios trabalhavam o ouro, o cobre, o bronze e a prata. A arte da machetaria nasceu na metade do 3º. milénio, na Suméria. Esses mosaicos eram feitos de pedras coloridas e preciosas, como o lápis-lázuli e a cornalina (ambas originarias da Índia). O povo Sumério também usava o nácar das conchas encontradas no Golfo Pérsico, do Mar Vermelho e até do Mediterrâneo.

     Até hoje se encontra, nas portas das mesquitas de peregrinação, rosários de cornalina e nácar de conchas do oceano Índico e madeira de sândalo importado do Extremo Oriente. 


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


LISTA DOS REIS SUMÉRIOS

     Existe um documento, escrito quase mil anos após a morte do rei Etana  (3º. Milénio antes de Cristo) que regista o nome da maioria dos governantes da Suméria. Desta lista também consta o nome de Gilgamesh, herói mitológico, como o quinto rei da primeira dinastia  a ter o poder em Uruk, depois do dilúvio.

     Na região de Sumer, por volta do terceiro milénio, havia pelo menos doze importantes cidades-estado, cada qual morava  com os seus deuses e seu rei. As mais conhecidas são Ur, Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Nipur e Larsa.

     A realeza surgiu da necessidade de enfrentar o inimigo, ou seja, cada cidade escolhia o homem mais destemido e corajoso para comandá-los. Esse homem era chamado lugal, que significa grande homem, essa é a palavra Suméria para rei.

     No início a função de lugal era passageira, ele apenas liderava sua cidade num determinado momento, quando acabasse o conflito, voltava para a vida de cidadão comum. Acontece, que os conflitos foram-se tornando constantes e o lugal passou a ocupar o poder de maneira permanente e hereditária. Isso ocorreu por volta de 3 000 antes de Cristo.

     Foi uma fase de lutas sem fim na história da Suméria, reis guerreiros comandando seus exércitos, cidades contra cidades.
     Entre essas lutas, a Suméria viu-se subjugada pelo domínio estrangeiro, por diversas vezes

     O primeiro rei ou lugal  a estabelecer controle sobre a totalidade da Suméria foi Etana da cidade de Kish ( as suas ruínas foram encontradas a 90 Km, da actual Bagdá), de acordo com a lista dos Reis Sumeríanos. A lista cita Etana como aquele que estabilizou todas as terras.

     Depois de Etana, temos Meskiaggasher da cidade de Uruk, a Lista diz que ele invadiu o mar, galgou as montanhas. Ainda na cidade de Uruk, temos Dumuzi, que foi edificado na Mesopotânia como o deus da fertilidade.

     Mas, o mais famoso rei de Uruk foi Gilgamesh. Ele é praticamente um mito, seus feitos foram narrados em diversas línguas e talvez tenha sido ele o inspirador da figura de Héracles, o herói grego. Não há descobertas conclusivas sobre ele, mas é citado na Lista e documentos atestam sua vitória sobre as cidades de Kish e Ur.

     Depois disso, a Suméria tornou-se vassala dos elamitas, povo que habitava o que hoje é o sudoeste do Irã.

     Só um século depois de Gilgamesh é que os Sumérios voltaram  a ser livres. O grande responsável por isso foi Lugalannemundu, rei da cidade de Adab, descrito como aquele que obrigou todas terras estrangeiras a lhe pagarem um pesado tributo.

     Nova fase de guerras entre as cidades.
Hegemonia de Lagash sob Eannatum, Subjugador das terras inimigas, terceiro rei da primeira dinastia da cidade. Derrotou Umma, com quem lutava por direitos de irrigação e mandou erguer a Estrela dos Abutres entre as duas cidades. Esse é o mais antigo tratado diplomático conhecido, pois ali estão escritos os termos da paz.

     Depois dele podemos citar Urukagina, Lugalzaggesi e finalmente Sargão, o Grande. Sargão reuniu a Suméria e a metade setentrional da Mesopotânia numa única.
     Após a morte de Sargão, temos seu neto Naram-Sin, ainda governando até a ivasão dos gutianos. Sob os gutianos aparece apenas um governante sumériano, de Lagash, que foi Gudea.
     Depois de um século de opressão, surge novamente um libertador, Utuhegal, em Uruk. Ele foi deposto por Ur-Nammu da cidade de Ur.

     Este foi um rei usurpador, mas forte e capaz e ficou famoso como o primeiro legislador da História, ele morreu em batalha. Seu filho Shulgi passou então a reinar e foi registado como sábio, guerreiro, construtor de templos, diplomata e patrono das artes. Durante o seu longo reinado, a Suméria voltou a ser um grande império.

     Quando o quinto e último rei da dinastia de Ur-Nammu, subiu ao trono em Ur, o império já estava ameaçado. Esse rei, Ibbi-Sin foi abandonado por seus generais e o poder foi dividido.
     Por volta do ano 2 000 antes de Cristo os elamitas voltaram a atacar, destruiram Ur e prenderam o rei. A queda de Ur assinalou o fim da Suméria.    

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O PROCEDIMENTO DA CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA


     A DESCOBERTA

     No início do século XX, mesmo os grandes estudiosos da região que pesquisavam  as tabuinhas assírias e babilónicas, não conheciam o povo Sumério. Com  a publicação, em 1905, da grande obra do assiriólogo francês François Thureau-Dangin, não restou dúvida alguma de que houve de facto uma brilhante civilização no local, que era desconhecida até então e tomou o nome de Súmeria. Essa descoberta veio confirmar a influência dessa civilização nos póvos que tiveram contacto com eles, nas áreas da escrita, religiões, artes, cultura, ciências, comercio, agricultura, arquitetura, leis  e esses povos copiaram o que os Sumérios tinham de melhor, pois foi a primeira e a mais brilhante civilização da antiguidade.

ORIGEM

     Acredita-se que antes dos Sumérios chegarem, à baixa Mesopotâmia foi ocupada pelos Ubaidas, um povo que não pertencia ao grupo semita. Para quem tem interesse em pesquisar, esse povo ubaidiano foi muito importante e com certeza foi responsável pelo alicerce da civilização Suméria.

     O povo conhecido como Sumério, veio provavelmente da Anatólia, mas também pode ter vindo da Pérsia, e chegou à Mesopotâmia por volta de 3300 antes de Cristo. Deveriam  ser nómadas vagando pelo planalto do Irã e pelos Montes Zagros. Factos mais recentes como utensílios encontrados apontam para a existência deles na área por volta de 20 000 antes de Cristo.

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA 

     A área da Mesopotâmia, sendo cercada por cadeias montanhosas ao norte e a oeste, pelo Golfo Pérsico ao sudoeste e pelo deserto da Síria  ao sul e a leste, se tornava um local protegido contra a invasão de outros povos. Os rios Tigre e Eufrates tornavam a terra fértil sem depender de chuvas.

     Distribuída em territórios a região de Sumer possuía diversas cidades-estado. As distâncias entre as cidades eram pequenas, separadas por faixas de terras cultivadas. Vamos dizer que a Suméria não era maior do que a Bélgica actual.

IDIOMA E ESCRITA

     Não se conhece relação entre o idioma Sumério e qualquer outro. O nome Sumério, é derivado do nome babilónico para o sul da Babilónia. No seu idioma, os Sumérios se denominavam cabeças escuras e chamavam ao seu país de terra civilizada.

     Se não foram os Sumérios  que inventaram a escrita, porque é a língua mais antiga de que se tem testemunhos gráficos, pelo menos foram eles os responsáveis pela difusão.

     Na cidade de Nipur, que fica 150 Km ao sul de Bagdá, foi encontrada uma biblioteca sumeriana inteira. Lá havia mais de 50 000 tabuinhas com inscrições cuneiformes feitas no Terceiro Miléneo antes de Cristo e uma biblioteca com 20 000 volumes que incluem obras sobre o direito, ciência, religião.

     O alfabeto sumério só foi decifrado no século 19, o principal dialecto Sumério foi o emergir ou língua principesca, embora outros tipos fossem usados pelas mulheres e pelos eunucos.   

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES NA ANTIGUIDADE


     Em primeiro lugar é necessário saber o que se entende por civilização.  E como essa civilização começou.

Começamos  por considerar algumas palavras tais como:

Civilização - civis = cidadãos (latim)
Urbano - urbes = cidade (latim)
Político - polis = cidade (grego)

     Assim vamos definir que a civilização é a vida nas cidades.

     Portanto  vamos falar das primeiras civilizações baseando-nos nos povos que construíram e viveram  em cidades, modificando o ambiente e criando pontes entre o próprio homem e a natureza.
     
     Nos períodos Paleolítico e Neolítico  certamente o homem construía os seus abrigos, as suas casas, mas ao que se sabe, nada de parecido com uma cidade.
     As primeiras cidades tal como conhecemos surgiram no Oriente e podemos dizer que a primeira delas foi Uruk, por volta de 4500 e 3750 antes de Cristo, na região da chamada Mesopotânea. Hoje essa cidade é Warka e fica no Iraque.
     Portanto podemos chamar a primeira civilização conhecida de Suméria e localizáda no sul da Mesopotânia, actual Iraque.

     Essa afirmação provém de estudos e pesquisas que provam que a civilização suméria era composta por diversas cidades e possivelmente Uruk era a maior  delas, mas todas eram bastante desenvolvidas.
     As cidades eram muradas e possuíam ruas, casas, prédios  públicos, templos e palácios. Temos então, o homem causando modificações no entorno natural, que podem ter sido intencionais ou não.
     Assim como na Suméria, na Assíria, na Babilónia e no Egipto que serão focalizados em outros módulos, esses povos viveram em cidades, das quais sobraram ruínas para contar a sua história.

     Uma cidade surpreendente e que talvez seja um exemplo único é Amarna, no Egipto. Construída pelo faraó Akhenaton, que rompeu com a religião formal do seu país, a cidade ficou ocupada por menos de vinte anos, talvez. O grande interesse na cidade de Amarna é o facto de que não houve construções gigantescas em pedra, como nas outras cidades e também nada foi construído sobre o que existia.

     Praticamente era tudo construído em tijolos de barro que não resistiram  ao tempo, mas deixaram  um testemunho da vida das pessoas comuns no Egipto da época.

     As fundações permitem um estudo das casas dos ricos e dos pobres, suas divisões ficaram  preservadas de modo que se pode saber que o centro da cidade era dedicado ao complexo real. Templos, palácios, residências dos nobres e sacerdotes. Longe do centro, ficavam os subúrbios onde havia casas pobres e ricas e mais distante ainda ficavam os bairros  dos trabalhadores.
     Um dos subúrbios era habitado pelas pessoas que trabalhavam na necrópole, eram os pintores, os pedreiros, todos os que tinham funções relacionadas com a construção das tumbas. Suas casas eram  pequenas mas tinham vários aposentos e eram separadas por ruelas estreitas.

     Com o fim do reinado de Akhenaton, a cidade foi abandonada mas permanece como uma oportunidade única de estudo.  

domingo, 11 de janeiro de 2015

A CIVILIZAÇÃO ANTIGA E A METALURGIA


          Anteriormente falou-se na pré história na chamada idade dos metais e o conhecimento das técnicas de trabalhar  os metais, mudou de maneira radical a vida do homem primitivo.

     Precisamos sempre de ter em mente que os indícios em que os estudiosos se baseiam  são muito poucos. O tempo trabalha contra, os artefactos degradados e não havendo nada escrito, o trabalho de pesquisa é imenso e complicado.

     A idade dos metais fica assim dividida:

A IDADE DO COBRE

     Acredita-se que as fogueiras não seriam quentes o suficiente para derreter o cobre. Talvez isso tenha acontecido em fornos para cerâmica.

     Com o cobre o homem moldou belas esculturas e trabalhos de joalheria. O ouro, que também é um metal pouco duro foi bem trabalhado nessa fase.
     O cobre só não substituiu as armas e ferramentas feitas com a pedra, porque seu corte era de qualidade inferior. A pedra era mais dura e resistente.

IDADE DO COBRE

     Esse metal  é uma mistura do cobre com estanho. Dois metais difíceis de encontrar, principalmente o estanho.
     Como muitas outras descobertas antigas, é um mistério como o homem encontrou a maneira de fazer o bronze. Como misturou e a que temperatura conseguiu preparar a liga.
     Embora o bronze tenha sido ótimo para fazer armas e armaduras, isso ficava  muito caro e o seu uso constante acabou por esgotar as minas de estanho.
     Assim, os homens tiveram que procurar esse metal em outros locais abrindo novos caminhos e conhecendo novas terras.

IDADE DO FERRO

     Dentro dos estudos arqueológicos, esse é mais um tópico de difícil explicação. Como os homens da época conseguiram misturar os minérios a uma temperatura absurdamente alta (talvez com o uso do carvão) de modo a conseguir fundir o ferro. Quando isso se deu, é outra das questões.

     Enfim, o facto é que com o ferro foi possível fazer mais armas e especialmente ferramentas de trabalho, como  enxadas e arados, aumentando a produção agrícola.
     Também de ferro foram feitas panelas, facas e até enfeites. As armas em geral tinham  lâminas de ferro e cabos de bronze ou ouro.

AS MUDANÇAS

     A partir  do momento em que o homem dominou o fogo, se tornou mais fácil fazer experiências com os metais no calor.
      O homem, já sedentário criando animais, trabalhando nas plantações, ganhou um enorme desenvolvimento com ferramentas e armas feitas de diversos metais. 
     Agora, até havia excedentes nas plantações e uma nova forma de representar figuras, as esculturas em metal. Trabalhos de ourivesaria e armas sofisticadas dignas de reis. Esse é o fim da idade da pedra e o início de uma nova fase.

     A busca pelos minérios empurrou os homens através de rotas marítimas e terrestres, descobrindo coisas novas, acrescentando conhecimento.

     Assim a metalurgia abriu as portas e a escrita marca o nascimento da história, que, sendo documentada passa a facilitar o estudo e a reconstrução das eras.  

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O AVANÇO TECNOLÓGICO NA ERA NEOLÍTICA


     A descoberta da agricultura, foi lenta e gradual, porque, o homem descobriu que as sementes geravam outras plantas mas para isso era preciso um novo tipo de trabalho.

     Aqui temos o homem sedentário, que precisa adaptar os seus instrumentos, armas ou ferramentas e que com isso, se vai sofisticando.
     Para construir uma cabana de barro, pedra ou madeira era necessário também, criar novas ferramentas e uma técnica inovadora.
     Para plantar, de modo a ter uma lavoura razoável, que alimentasse o grupo de pessoas reunido naquela região, os homens descobriram que era preciso arar a terra. Isso era feito com ferramentas primitivas que foram ficando cada vez mais bem adaptadas às necessidades do momento.

     Era preciso controlar as águas das chuvas e dos rios próximos,, criando formas de irrigar as plantações, o que demandou praticamente um trabalho de engenharia.
     Tudo isso se transformou num imenso desafio que possibilitou o surgimento de tecnologias impensáveis para o antigo nómada, mas que possibilitaram o surgimento das comunidades primitivas.

AGRICULTORES/PASTORES

     Nessa altura, já temos o homem primitivo vivendo em comunidades. Ele já não precisa mais arriscar-se em caçadas ou em movimentos dos grupos rumo a terras desconhecidas.
     As comunidades tinham a terra para uso comum e criaram formas de se proteger, assim como proteger as suas lavouras.
     Nesse estágio começou também a domesticação de animais, que deve ter surgido espontaneamente.
     Primeiro foi o cão, amigo e companheiro do homem desde os primórdios. Depois vieram  o carneiro, o boi e o cavalo, na verdade, os dois últimos fizeram parte da força de trabalho desde sempre. E assim, o homem se tornou também pastor, cuidando dos seus rebanhos que lhe garantiam comida e conforto.

CULTOS AGRÁRIOS

     O homem sempre temeu os fenómenos da natureza, forças inexplicáveis, os relâmpagos que cortavam o céu, os trovões, e a chuva etc. Com certeza deveria ser aterrorizante a natureza selvagem e o homem começou a analisar que espécie de deuses comandavam aqueles espectáculos naturais que podiam destruir tudo num piscar de olhos.

     Assim, ligaram certas figuras à fertilidade da terra, boas colheitas e para elas fizeram imagens. Dessa forma, de acordo com os ciclos da colheita, havia festas e cultos aos deuses que propiciavam tanta fartura. Assim se deu origem aos ritos que visavam pedir protecção ou agradecer e aí está o início dos cultos agrários.

NOVAS FORMAS DE ESCULTURAS ARTÍSTICAS

     Primeiro foram os desenhos nas paredes das cavernas. Os animais e a natureza, as caçadas, eram desenhadas de uma maneira realista. Era assim que o homem via o mundo e o retratava com perfeição.

     Depois, como se falou acima, nos cultos agrários, o homem passou a fazer a representação de figuras femininas, chamadas Vénus. Criam pequenas figuras, com linhas femininas exageradas, que se acredita funcionavam como ídolos num culto de fertilidade.

     Em termos de arquitectura, por necessidade, as povoações que viviam na beira de rios, criaram as palafitas. Habitação construída sobre pilares ou estacas resistentes de modo que no caso de inundação a água não atinjia a casa. Até hoje podemos ver exemplos de palafitas nas margens dos rios do norte do Brasil.

     Os homens também construíram monumentos imensos de pedra, chamados megalíticos, talvez com fins religiosos ou funerários. Exemplo disso é Stonehege na Inglaterra.
     Já temos então escultores que produziam armas de alta qualidade, facas, pontas de flechas, machados,  que eles trocavam por outros bens.  

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A CIVILIZAÇÃO ANTIGA E O HOMEM SEDENTÁRIO


     Em dado momento da história o homem começa a sedentarizar-se, mas isso aconteceu porquê?

     A resposta é a agricultura. Quando o homem percebe que pode controlar a natureza ele então fixa-se num lugar. E a partir daí o homem começa a desenvolver inicialmente pequenas vilas, que com o tempo podem ou não transformar-se em grandes cidades. Mas, de onde surgiram as classes sociais? A resposta é o excedente de produção.

     Provavelmente a agricultura começou quando as mulheres  que colhiam as frutas começaram a perceber que onde jogavam as sementes, posteriormente nascia no local um pé do mesmo fruto. Estudiosos acreditam que elas começaram a armazenar as sementes para plantá-las, iniciando-se assim os primeiros passos da agricultura como a conhecemos hoje.

SURGIMENTO DA AGRICULTURA

     O homem caçador também era observador da natureza. Há medida que demorava mais tempo numa determinada região e consumia os frutos ou plantas, reparava que um caroço dava origem a uma planta.
     Assim, passado mais algum tempo em determinado local, com um clima bom e com caça abundante, inclusive peixes, o homem conseguiu um tempo para plantar e colher.
     Com o decorrer do tempo, não havia mais motivos para abandonar as terras onde se encontravam a viver. As plantas nasciam, o clima era bom, a caça satisfatória, a pesca era bastante então, valia a pena construir um abrigo. Era o fim da vida nómada.      

sábado, 3 de janeiro de 2015

OS GRANDES CAÇADORES DA ANTIGUIDADE


     Por volta de 8 500 anos antes de Cristo, os grandes caçadores, usando o sílex, no fabrico manufacturado de armas de caça, como lanças e arpões, caçavam cavalos, renas, mamutes e bisões.
     Com o aprimoramento dos utensílios feitos a partir de ossos e chifres desses animais, a civilização de caçadores expande-se, dando lugar aos primeiros povoamentos primitivos, deixando as cavernas para se fixarem em um determinado lugar.

     Os grandes caçadores, de mamutes, rinocerontes, bisões, passam a domesticar o cavalo e adquirem  maior mobilidade.
    
ARTISTAS

     Há cerca de 40000 anos atrás, os homens já eram parecidos anatómicamente com os homens actuais. Eles já viviam em grupos e sabiam fazer uma grande variedade de ferramentas. Afinal para sobreviver era preciso além da força, muita inteligência e criatividade.
     Dessa forma, os homens unira-se  em grupos de modo que a vida ficava mais fácil para todos. Eles abrigavam-se em cavernas e depois de aprender a lidar com o fogo, reuniam-se em volta das fogueiras.

     Nas cavernas esses homens deixaram manifestações artísticas que, hoje em dia, encantam quem as vê. Com os materiais de que dispunham, pintaram nas paredes das cavernas, cenas do seu dia a dia. Um dos temas preferidos eram os animais e as caçadas. Se imagina que as cenas seriam feitas para que, de maneira mágica, a caçada fosse um sucesso.
     Talvez eles achassem que dominando a figura do animal na pintura, também poderiam dominar o animal com facilidade.

REFEIÇÕES

     Como sabemos, a densidade populacional era baixa. As terras eram uma imensidão e havia muitos animais para fornecer alimento para as famílias. Os homens já tinham as ferramentas e fogo então, partiram para a caçada e a carne era preparada para o consumo imediato. A carne era cortada com facas e talhadores lascadas das pedras.

     A pele era matéria prima para roupas e se necessário cobrir cabanas. Não se sabe se ou quando eles aprenderam a temperar a carne para que não se estragasse e assim pudessem estocar alimentos. Provavelmente parte do animal abatido virava carne seca para quando necessário.     

COLETA

     Os estudos presumem que enquanto os homens caçavam, as mulheres e crianças faziam a coleta. Em geral a natureza ofereciam os alimentos, na forma de frutos, sementes e raízes. Podemos imaginar que depois do fogo, as refeições ficaram mais saborosas, mas, nem sempre a mãe natureza colaborava. Havia plantas que desapareciam em algumas épocas e nas estações mais frias era difícil conseguir bons alimentos.
     A vantagem era poder guardar alimentos que demoravam a estragar e podiam servir para matar a fome mais tarde. Como veremos, mais tarde, deixando de ser nómada, fica muito mais fácil a vida e a subsistência.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

CONQUISTAS DO HOMEM


     Os seres Humanos não apareceram na Terra num momento que possa ser marcado cronologicamente de forma exata. Pelo contrário: a espécie humana é o resultado duma evolução constante, de carácter físico e intelectual, que se prolongou por milhões de anos. Dessa evolução possuímos apenas alguns dados arqueológicos que nos permitem apresentar teoprias e chegar a algumas conclusões.

     Os temas que se abordam a seguir retratam algumas das primeiras grandes conquistas do homem, conquistas fundamentais para a sua sobrevivência e progresso.

A PRODUÇÃO DE INSTRUMENTOS

     O período de evolução dos primeiros seres humanos designa-se por humanização (transição de hominídeo para homem) e foi um processo lento e gradual. A primeira grande característica que o diferenciou dos restantes primatas foi a sua capacidade para se erguer numa posição vertical, a (bipedia).

     Esta passagem de quadrúpede a bípede foi fundamental no seu processo de evolução, pois libertou-lhe as mãos da função locomotora, e passou a poder dispor das mãos - agora livres - para outros fins: apanhar alimentos, segurar, lançar, agarrar, partir pedras e outros objectos.
     Estas actividades possibilitaram que o polegar se tornasse oponível aos restantes dedos e a mão ganhou uma maior agilidade.
     A agilidade manual possibilitou ao Homem o fabrico e a utilização de instrumentos. Passou a designar-se assim, Homo Habilis.
     A verticalização, a libertação das mãos e a utilização destas em actividades que estimulam os processos mentais provocaram um aumento da caixa craniana e massa cerebral. No cérebro desenvolvido iria situar-se o centro da inteligência.

A PARTIR DA PEDRA, OSSO E MARFIM: PRIMEIROS INSTRUMENTOS

    Através de estudos efectuados pela arqueologia pudemos chegar à conclusão de que madeira, osso, os chifres e os dentes de certos animais, como, por exemplo, da rena e do mamute, serviram de matérias primas para o fabrico dos primeiros instrumentos.
     Mas foram essencialmente os instrumentos de pedra, sobretudo de sílex ou seixo, que chegaram  até nós em maior quantidade e variedade (devido à sua maior resistência relativamente aos outros materiais referidos).

     Os mais antigos instrumentos de pedra conhecidos eram os rudimentares seixos partidos. Estes instrumentos de pedra lascada foram sendo gradualmente aperfeiçoados pelo homem cada vez mais capaz, ao longo do Paleolítico pelo meio de técnicas de corte de pedra.

     Foram assim produzidos os primeiros bifaces que serviam para rasgar a pele e a carne dos animais, e processar plantas comestíveis.

DOMÍNIO DO FOGO

     Coube ao Homo erectus, sucessor do Homo habilis, o domínio da primeira fonte de energia: o fogo. A sua utilização provocou profundas alterações na vida do homem:

- Os alimentos passaram a ser cozinhados, tornando-se mais saborosos e fáceis de digerir.
- Iluminação e aquecimento dos locais frios e escuros tornou mais fácil a permanência nas cavernas;
- A defesa face aos animais ferozes tornou-se mais eficaz, pois temiam o fogo;
- O fabrico dos instrumentos aperfeiçoou-se com o endurecimento, pelo fogo, das pontas das lanças, tornando-as mais resistentes.

     A utilização do fogo provocou ainda alterações físicas, demográficas e sociais na vida das primeiras comunidades.
     Assim, a ingestão de alimentos cozidos conduziu a alterações na nutrição e consequentemente do formato do rosto. Uma melhor e mais variada alimentação proporcionou uma maior resistência às doenças e à morte. o que contribuiu para um aumento populacional.

     Por último, o convívio à volta da fogueira teria conduzido a um forte sentimento de união entre os elementos do grupo, contribuindo para o desenvolvimento da própria linguagem.