sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CHEGADA A CALECUTE


     Em 20 de Maio de 1498, a frota alcançou Kappakadavu, próxima a Calecute, no actual estado indiano de Kerala, ficando estabelecida a rota no Oceano Índico e aberto o caminho marítimo dos Europeus para a Índia.

     As negociações com o governador local, Samutiri Manavikraman Rajá, Samirim de Calecute, foram dificeis. Os esforços de Vasco da Gama para obter condições comerciais favoráveis foram dificultadas pela diferença de culturas e pelo baixo valor das suas ofertas, no ocidente era hábito os reis presentearem os enviados estrangeiros, no oriente esperavam ser impressionados com ricas ofertas.

     As mercadorias apresentadas pelos portugueses mostraram-se insuficientes para impressionar o Samorim e os representantes do Samorim escarneceram das suas ofertas, simultaneamente os mercadores árabes aí estabelecidos resistiam à possibilidade de concorrência indesejada.

     A perseverança de Vasco da Gama fez com que se iniciassem, mesmo assim, as negociações entre ele e o Samorim, que se mostrou agradado com as cartas de D. Manuel I. Por fim,  Vasco da Gama conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comerciar, comprovatória do encontro que dizia:

     «Vasco da Gama, fidalgo da vossa casa, veio à minha terra, com o que eu folguei. Em minha terra, há muita canela, e muito cravo e gengibre e pimenta e muitas pedras preciosas. E o que quero da tua é ouro e prata e coral e escarlate».

     Os portugueses acabariam  por vender as suas mercadorias por baixo preço para poderem adquirir pequenas quantidades de especiarias e jóias para levar para o reino. Contudo a frota acabou por partir sem aviso após o Samorim e o seu chefe da Marinha  Kunjali Marakkar insistirem para que deixassem todos os seus bens como garantia. Vasco da Gama manteve os seus bens, mas deixou alguns portugueses com ordens para iniciar uma feitoria.  

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