segunda-feira, 22 de maio de 2017

O ONTEM

O ONTEM

Eu fui o ontem!
Hoje não sei se sou
Não gosto que me apontem
A não ser aquele que me criou.

Cuja fisionomia eu não conheço
E como ele não há outro igual
Também não sei se sou o que pareço
Que é a coisa mais natural.

Ele conhece os meus defeitos
E também a minha virtude
Também sabe os seus efeitos
E os que tinha na juventude.

Diz-se que era um menino dócil
Junto de um velho muito sabido
Que me ensinou o mais ignóbil
E a perceber como era dirigido.

E tudo em mim foi guardado
Em forma de aprendizagem
Que o tempo me foi ensinando
E guardado como sendo uma garagem!...
dcb

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