terça-feira, 30 de maio de 2017

NEOLITICO NA PENÍNSULA IBÉRICA



     A chamada Revoluçao Neolitica entre 7000 antes de Cristo e 3000 antes de Cristo, com a passagem do Homem de simples recolector para a agricultura, levou as populações a fixar-se definitivamente, tendo por base uma económia produtora e proporcionando um maior controle das fontes de alimentação.
     Embora a Península tenha desenvolvido tardiamente a agricultura, o Neolitico trouxe mudanças  à paísagem humana da Penísula Ibérica a partir de há 7000 anos, com o desenvolvimento da agricultura e o início da cultura megalitica da Europa, que viria a espalhar-se por grande parte da Europa Ocidental e parte do Norte de Àfrica. Um dos centros mais antigos desta cultura monomental foi Portugal.
     Persistem numerosos registos, como dólmens, antas, cromeleques e menerais, como Cromeleque dos Almendres, um monumento megalítico situado na Freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, concelho de Évora, Distrito de Évora. Trata-se do monumento megalitico mais importante de toda a Península Ibérica, não só devido à sua dimensão, mas também , devido ao seu estado de conservação. É também considerado um dos mais importantes da Europa.

     Na primeira fase do Neolitico, 7000 antes de Cristo, desenvolveu-se ainda na Penísula a cultura da cerâmica cardial, caracterizada pela sua decoração impressa com conchas de berbigão (cardium edule). Desta cultura encontram-se jazídas na Catalunha, Levante e Andaluzia. Nelas há mostras de práticas agrícolas.
     Este é igualmente o período em que se assiste à expansão por via marítima, a partir do leste mediterrânico, da cultura da cerâmica cardial, associada igualmente  aos processos migratórios.
     Note-se que, com algumas exceções localizadas, os dados arqueológicos demonstam que este processo foi essencialmente de aculturação das populações europeias, mais do que de migração em massa. Mesmo assim, a Cultura da Cerâmica Cardial terá tido um papel de relevo no lento desenvolvimento das primeiras culturas Neoliticas das regiões Atlânticas, embora com maior impacto direto nas zonas do leste ibérico onde apresenta uma distribuição medeterrânica, particularmente na Catalunha, Valência, Vale do Ebro e nas Baleares. De facto, os monumentos megaliticos europeus estão frequentemente acompanhados de restos arquiológicos de cerâmica e outros artefactos provenientes desta cultura.
     Também a pintura levantina e a arte esquemática na Penísula Ibérica, que evoluiria nos tempos seguintes são caracteristicas do neolitico penínsular. Estava localizada em abrigos rochosos das serras interiores e que representa cenas de grupos, com muito dinamismo e figuras humanas  estilizadas, reflexo de um maior grau de abstração e esquematização.
dcb  

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