terça-feira, 24 de novembro de 2015

HISTÓRIA DO IRÃO

CONTINUAÇÃO: ...

     Estas disposições se têm conservado até hoje  sem alteração. As guarnições e os seus chefes dependem imediatamente do rei; a porta dos chefes é continuamente frequentada; nas casas do povo, como na dos grandes, o costume  é que os lugares mais honrosos pertençam aos mais dignos. Quando o rei marcha, observa-se a mesma ordem  de que falei; e apesar do grande número de negóçios, um pequeno  número de ofíciais despacha tudo prontamente.

     Ciro, depois de ter instruído os novos sátrapas acerca do seu procedimento, depois de lhes ter dado tropas, despediu-se, advertindo-os de que se preparassem para entrar em campanha no ano seguinte, e para a revista geral, que tencionava passar aos homens, cavalos, armas e carros.

     Diz-se que é a Ciro que se deve outro conhecimento que existe na Pérsia. Todod os anos um enviado do príncipe percorre com um exército as diferentes províncias do Império: se os governadores têm necessidade de socorro, ele os presta de imediato; se são injustos  ou violentos,  e de zelar, quer pela segurança dos habitantes de seu governo, quer pela cultura das terras, em uma palavra, se faltam aos seus deveres, o enviado remedeia o mal, se o não conseguir, dará conta disso ao rei, que decide  como deverão ser castigados. Este homem, chamado filho do rei, ou irmão do rei, ou o olho do rei, exerce muitas vezes as funções de inspetor.

     É também a Ciro que se atribui essa invenção tão útil num grande Império, pela qual  ele era prontamente informado de tudo que se passava nas mais longínquas regiõs. Depois de ter examinado o que um cavalo podia andar um dia sem se cansar, mandou que nas estradas se construíssem cavalariças com este mesmo intervalo, e que nelas se pusessem cavalos. Em cada uma devia haver um homem inteligente para receber as cartas que um correio trazia, e entrega-las  a outro correio e cuidar dos homens e dos cavalos que chagavam cansados. As vezes nem mesmo  a noite retarda o giro dos correios;  o que caminhou de dia é substituido por outro, que tem de caminhar de noite; por isso se tem dito que os grous não andariam tanto no mesmo espaço de tempo. Se esta expressão é exagerada, pelo menos é certo que por terra não é possível viajar com maior velocidade. 

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