CONTINUAÇÃO: ...
Ciro despertou e entendeu que se aproximava o fim da sua vida. Escolheu vítimas, e, segundo o rito persa, foi fazer sacrifícios nas montanhas a Júpiter protetor da sua Pátria, ao Sol e às outras divindades, dirigindo-lhes esta suplica:
- Júpiter, deus dos meus pais, Sol, e vós outros, deuses imortais, recebei este sacrifício, que pôe termo à minha gloriosa carreira! Dou-vos graças pelos conselhos que de vós recebi por meio das entranhas dos animais, dos sinais celestes, dos agouros, dos presságios, sobre o que eu devia fazer ou evitar; rendo-vos graças também por nunca terdes permitido que eu desconhecesse a vossa assistência, nem que eu, no curso das minhas felicidades, e que não me esquecesse de que era homem. Peço que concedeis dias felizes a meus filhos, à minha esposa, a meus amigos, à minha Pátria; e a mim um fim digno da minha vida.
Depois dos sacrifícios vo,tou ao palácio e se deitou para repousar um pouco. Seus banheiros vieram, à hora do costume, falar-lhe do banho. Ciro respondeu que queria descansar. Chegada a hora de comer, nada quis; mas como tinha sede, bebeu com prazer. Achando-se no mesmo nos dois dias seguintes, mandou chamar os seus filhos, seus amigos e os principais magistrados, e perante eles recitou este discurso:
- Meus filhos, e também vós, meus amigos, por muitos sinais conheço que estou no fim da minha vida. Quando eu já não existir, olhai-me como um homem feliz; e em vossas ações e discursos transpire este sentimento. Na minha infância obtive todas as honras que se conferem a esta idade; constatemente gozei da mesma vantagem na adolesCência e na idade madura.
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