quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A PÉRSIA E A EUROPA


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     Em 1722, o Estado safávida desmoronou. Aquele ano assistiu à primeira invasão europeia  da Pérsia desde o tempo de Alexandre: Pedro, o Grande, imperador da Rússia, invadiu o noroeste do País numa tentativa de controlar a Ásia Central. Para piorar a situação, forças otomanas acompanhavam  os russos, o que permitiu o cerco bem sucedido de Ispaão.

     O País logrou opor-se à invasão; nem os russos, nem os turcos ganharam território às expensas da Pérsia. Entretanto, os safávidas foram seriamente enfraquecidos e, naquele ano, os seus  súbditos afegãos iniciaram uma rebelião sangrente, em reação às tentativas de convertê-los à denominação xiita pela força. O último xá safávida foi executado, o que pôs fim à dinastia.

     O Império Pérsa teve um breve avivamento sob Nader Xá, entre 1730 e 1740. Nader, um líder militar da tribo Afshar, expulsou os russos e confinou os afegãos ao território actual do Afeganistão. Lançou diversas campanhas bem sucedidas contra os antigos inimigos da Pérsia, os canatos nómades da Ásia Central, e muitos foram destruídos ou absorvidos pelo Irão. O Império de Nader declinou, porém, após a sua morte. Sucedeu-lhe a curta e fraca dinastia Zand.

     O actual Irão estava despreparado para a expansão mundial dos Impérios coloniais europeus no fim do século XVIII e ao longo do século XIX, sob a dinastia Qadjar, em 1779 e 1925, a Pérsia recuperou uma relativa estabilidade, mas sem esperanças de competir com as novas potências industriais da Europa. A Pérsia viu-se espremida entre os cada vez maiores impérios russo na Ásia Central e britânico na Ìndia. Cada um destes tirou do Irão territórios que se tornariam Bareine, Azerbajão, Quirguistão, Turcomenistão, Tajiquistão, Uzbequistão e partes do Afeganistão.

     Embora a Pérsia não tenha sido invadida directamente, aos poucos tornou-se economicamente dependemte da Europa. A Convenção Anglo-Russa de 1907 formalizou as esferas de influência da Rússia e do Reino Unido sobre o norte e sul do País, respectivamente, onde a potência colonial detinha a decisão final em assuntos económicos.

     Mohammad Ali Shah Qadjar concedeu a William Knox D'Arcy, posteriormente a Companhia Petrolifera Anglo-Persa (Anglo-Persian Oil Company), autorização para explorar e operar campos de petróleo em Masjid-al-Salaman, no sudoeste da Pérsia, que começaram a produzir em 1914, Winston Churchill, Primeiro Lorde do Almirantado Britânico, que supervisionava a conversão da Marinha Real Britanica para navios de guerra movidos a petróleo, nacionalizou parcialmente a companhia antes do inícioda Primeira Guerra Mundial. Uma pequena guarnição militar anglo-persa foi designada para guardar os campos petroliferos.
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