segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A PÉRSIA E O ISLÃO


     A rápida expansão do califado árabe coincidiu com o caos causado pelo fim da dinastia sassânida. A maior parte do país foi conquistada de 643 a 650. A conquista da Pérsia pelos exércitos árabes islâmicos marcou a transição para a Pérsia medieval.

     Yezdegerd III, último rei Sassânida, morreu dez anos após perder o seu império para o califado. Tentou recuperar algo do que havia perdido, com o auxilio dos turcos e dos tártaros, mas estes foram facilmente derrotados pelos muçulmanos.

     Este império árabe, governado pela dinastia Omíada, foi o maior Estado da história até aquele momento, estendendo-se desde a península Ibérica até ao Rio Indo, e do mar de Aral até a ponta sul da Península Arábica. Os Omíadas serviram-se dos sistemas administrativos persa e bizantino e transferiram a capital para Damasco, no centro do seu império. A dinastia reinaria sobre a Pérsia por cem anos.

     A conquista árabe transformou radicalmente a vida na Pérsia. O árabe tornou-se a nova língua franca; Olslã rapidamente substituiu o zoroastrismo e construiram-se mesquitas. Efim, novos elementos foram acrescentadas ao meio cultural iraniano. Durante aquela época, e devido ao vasto alcamce do Império Árabe, muitos cientistas persas viriam a exercer impacto direto sobre o Renascimento europeu, séculos depois.

     Em 750, os Omíadas foram derrubados pela dinastia abássida, também árabe. Os persas desempenhavam, então, um papel importante na burocracia do império. O Califa Al-Ma'mun, cuja mãe era persa, transferiu a sua capital para Merv, na Persia oriental.

     Em 819, o leste da Pérsia foi conquistada pelos Samânidas, os primeiros governantes de origem persa desde a ocupação árabe. Estabeleceram Samarcanda, Bucara e Herat como suas capitais e reavivaram a língua e a cultura peras.

     Em 913, a parte oeste do actual Irão foi conquistada pelos buálidas, uma confederação tribal persa das  margens do mar Cáspio. Fizeram de Xiraz a sua capital e destruiram a unidade territorial islãmica. Não mais uma provícia de um império islãmico unificado, a Pérsia era agora uma nação de um mundo islãmico cada vez mais diversificado.
     O grande poeta Ferdusi, o recriador da língua persa, escreveu naquela altura o épico Shâh Nãmã, LIVRO DOS REIS, em persa, que contava a história dos reis do Irão.

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