sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A CONQUISTA DO EGIPTO

CAMBISES:

     Devidamente atendidos todos os assuntos  domésticos, ele estava pronto a resolver questões de natureza superior. De Ciro, o novo rei havia herdado um caso importante em matéria de negócios  pendentes. Ao contrário dos grandes principes de Nínive, o conquistador persa não tinha vivido o suficiente para reivindicar a vassalagem do Egipto, onde um velho monarca chamado  Amásis ocupava agora o trono de Ménfis.

     Cambises preparou-se para resolver o assunto. Lançando  mão dos povos navegadores do seu Império, os gregos de Jónia e os feníncios do Levante, ele organizou uma esquadra para navegar até ao estuário do Nilo. Então, convocando o exército veterano treinado por Ciro, marchou para Gaza, a derradeira cidade importante antes da inóspita faixa de deserto que separa a Palestina do subcontinente africano.

     A comitiva a ele atribuida era versátil. Entre as comodidades esta a sua jovem esposa Rexana. Entre os conselheiros estava o idoso rei deposto Creso, agora aparentemente um sábio no acampamento persa. Entre os substitutos mais importantes estava um certo Dário, comandante ardiloso e descendente  de uma família de sangue real.

     A situação dos egípcios não era nada invejável. Havia menos de um século que o exército do Nilo fora suplantado por Nabucodonosor. Desde então, o poderio do Egipto não progredira, enquanto a Pérsia tinha crescido como um gigante faminto. Amásis gozava do prestígio de estadista  e estrategista no âmbito nacional, mas era um homem idoso e os acontecimentos no exterior tinham-se voltado contra ele, que primeiro vira Creso e em seguida Nabonido serem  subjugados. Ele tinha investido numa amizade com os  gregos por intermédio de Delibs, contribuindo generosamente para a reconstrução do templo, mas aos governos da Grécia Continental não os galvanizavam problemas a oitocentos quilometros de distância, do  outro lado do mar, e os gregos  da Ásia estavam  subjugados pelos persas. Ele tinha  cultivado  uma relação particularmente intima com Samos, ilha grega das costas Jónia. Quando os sâmios, convencidos da invencibilidade dos persas, não só declinaram de prestar ajuda a Amásis, como ainda colocaram barcos à disposição de Cambises, o futuro pareceu realmente incerto para o Egipto.

CONTINUA: ...  

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