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Em frente às zonas residenciais da parte ocidental, erguiam-se as cidadelas fortificadas. A cidadela de Mohemjo-Daro, à imagem da de Harappa, situa-se no noroeste, num monticulo artificial de 12 metros de altura. Os edifícios públicos ali existentes dominavam a cidade. O mais famoso de todos eles até ao momento é o Grande Banho. O edificío consistia numa série de divisões exteriores em três dos seus lados e numa colunata interior à volta da piscina. Os utilizadores destes banhos eram, possivelmente, da classe sacerdotal ou, pelo menos, de um grupo social superior, que realizava as abluções cerimoniais em privado, enquanto que o resto da população se lavaria no Grande Banho.
Mais completa é ainda a informação que possuímos da parte ocidental, onde se encontrou o grande celeiro de Mohenjo-daro. A importância desta reserva agrícola para a economia da cidade depreende-se pela posição do celeiro na cidadela fortificada. O armazenamento de alimentos era de impostância crucial para manter a ordem social. As autoridades deviam ter grandes interesses na agricultura e no comércio.
A concentração dos excedentes de trigo no celeiro, assim como o porto construido em Lothal (Gujarate) para os barcos que efectuavam o comércio, indicavam a existência de um sistema de distribuição estritamente controlado.
A civilização do Vale de Indo baseava-se na agricultura. A maior parte da população vivia em aldeias distribuidas à volta das cidades. Graças às inundações, que traziam sedimentos, e à existência de um sistema de rega, os agricultores cultivavam trigo, cevada, frutas e sésamo, assim como mostarda para obter azeite. Nas proximidades de Lothal cultivavam-se arroz, que, posteriormente, viria assumir grande importância na Índia. Por outro lado, o algodão começou a cultivar-se no Vale do Indo vários séculos antes do Egipto. Quanto aos animais, destacam-se as ovelhas, os bovinos, os búfalos e os porcos. O achado de ossos e os desenhos nos selos apontam também para a domestificação do gato, do cão, do camelo, do cavalo e do elefante.
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