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Do ponto de vista tradicional é de que as vastas extensões e a extraordinária deversidade etnocultural do Império Persa acabaria por provocar a sua derrocada, à medida que a delegação do poder aos governos locais acabaria por enfraquecer a autoridade central do rei, fazendo com que muita energia e recursos tivessem de ser gastas nas tentativas de subjugar rebeliões locais. Tal facto tem servido historicamente para explicar o porquê de Alexandre o Grande, Alexandre III da Macedónia, ao invadir a Pérsia em 334 antes de Cristo, e ter-se deparado com um reino pouco unido, comandado por um monarca enfraquecido, facilmente destruido.
Este ponto de vista, no entanto, vem sendo questionado por alguns estudiosos modernos, que argumentam que o império Aqueménida não se encontrava em crise no período de Alexandre, e que apenas as disputas internas pela sucessão monárqica dentro da própria familia aqueménida é que causavam algum enfraquecimento no império. Alexandre, o grande admirador de Ciro, o Grande, acabaria por provocar o colapso do império e a sua subsequente fragmentação, por volta de 330 antes de Cristo, gerando o Reino Ptolemaico, o império Seléucida e diversos outros territórios de menor extenção, que à época também conquistaram a sua independência.
A cultura iraniana do planalto central, no entanto, continuou a florescer e voltou a conquistar o poder na região no século II antes de Cristo.
O legado histórico do império Aqueménida, no entanto, foi muito além das suas influências territoriais e militares e deixou marcas importantes no cenário cultural, social, tecnológico e religioso da época.
Diversos atenienses adotaram costumes aqueménidas em suas vidas diárias, numa troca cultural reciproca e muitos foram empregados ou aliados dos reis persas. O impacto do chamado Édito de Ciro, o Grande, foi mencionado nos textos judaico-cristãos e o império foi fundamental na difusão do zoroastrianismo por grande parte da Ásia, até à China. Mesmo Alexandre, o Grande, o homem que acabaria por conquistar este vário império, respeitou os seus costumes e impôs o respeito aos reis persas, incluindo Ciro, e até mesmo adotou o costume real persa da proskynesis, apesar da forte desaprovação dos seus compatriótas macedónios.
O Império Persa também daria a tónica da politica, herança e história da Pérsia moderna, actual Irão. A influência també se estendeu sobre antigos territórios da Pérsia que se tornaram conhecidos posteriormente como Grande Pérsia. Um dos feitos notáveis de engenharia do império é o sistema de gestão de água conhecido como Quanat, cuja secção mais antiga tem mais de 3000 anos e 71 Kilómetros. Em 480 antes de Cristo estima-se que 50 milhões de pessoas vivessem no Império Aqueménida, cerca de 44% da população mundial da época, fazendo dele o maior império de todos os tempos em termos de percentagem populacional.
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